Na contramão do SUS, Hospital Adriano Jorge quer terceirizar laboratório de ponta, denuncia Serafim

Na contramão do SUS, Hospital Adriano Jorge quer terceirizar laboratório de ponta, denuncia Serafim

Após as irregularidades apontadas no relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) sobre o esquema de terceirização no Estado, o deputado Serafim Corrêa (PSB) denunciou, nesta quinta-feira, 22, a pretensão da diretoria da Fundação Hospital Adriano Jorge em terceirizar o laboratório de análises clínicas da unidade.

“Quero denunciar desta tribuna virtual que o médico Ayllon Menezes de Oliveira, diretor-presidente da Fundação Hospital Adriano Jorge está com uma ideia que não é das melhores. O Hospital tem um laboratório de análises clínicas de primeiro mundo e agora ele está querendo privatizar os serviços, ou seja, ao invés de usar o laboratório público, quer contratar um outro laboratório, particular, que cobra dez vezes mais do que custa o laboratório público para prestar esses serviços”, disse.

Para Serafim, a saúde pública é penalizada pela utilização do modelo de privatização, que contraria a lei do SUS (Sistema Único de Saúde) e é danoso aos cofres públicos do Estado.

“Ao longo do tempo temos visto uma ânsia de privatização, terceirização, quarteirização e quinteirização dos serviços da Saúde. Na CPI, tivemos a oportunidade de constatar que esse caminho é um desastre. O que todos nós esperávamos é que a roda do destino mudasse e o governo do Estado seguisse por outros caminhos e não mais por aqueles que deram errado, inquestionavelmente”, lamentou.

O líder do PSB na Casa Legislativa solicitou aos órgãos de fiscalização e ao governo do Estado que tomem providências quanto à proposta de terceirização de serviços do laboratório do Hospital Adriano Jorge

“A partir de hoje, as autoridades da cúpula do Estado e da Saúde têm conhecimento da pretensão do diretor do Adriano Jorge. Isso vai dar em outra CPI, outro inquérito, outra denúncia no MPF (Ministério Público Federal), na PGR (Procuradoria-Geral da República), busca e apreensão. O que a gente quer é que as pessoas tenham saúde, porque com saúde elas vão viver melhor. Agora se tivermos a Casa da Moeda à disposição com esse modelo que está aí, vai faltar dinheiro”, alertou o parlamentar.

Outra situação constatada pela CPI da Saúde, composta pelos deputados Delegado Péricles (PSL), Fausto Júnior (PRTB), Dr. Gomes (PSC), Wilker Barreto (Podemos) e Serafim, foi o superfaturamento superior a 1000 % em exames preventivos ao câncer em mulheres, realizados pela empresa Norte Serviços Médicos.

“Um serviço que custou R$ 60 mil, foi quarteirizado e a empresa cobrou R$ 860 mil. Cinco deputados, a olho nu, sem muitos recursos técnicos, chegaram à conclusão que aquilo era uma picaretagem grossa. Agora, depois do nosso trabalho, espero que os órgãos de fiscalização e controle acordem para esse problema”, concluiu.