ESAF: FIM DE UMA ERA ONDE EU NASCI E VIVI

ESAF: FIM DE UMA ERA ONDE EU NASCI E VIVI

Bateu uma tristeza enorme hoje quando li o Informativo do SINDIFISCO anunciando o encerramento das atividades da ESAF que transcrevo abaixo:
E explico as minhas razões.
Em 1976 fiz o concurso para a carreira de Fiscal de Tributos Federais da Receita Federal. Era uma nova era. Passar no concurso apenas lhe dava direito a fazer um curso na ESAF em Brasília, onde se você fosse reprovado, perdia tudo o que havia conquistado. Passei na 1ª fase. Fui o nº 296, ficando entre as 400 vagas oferecidas. Foram 40.000 candidatos. Foi uma vitória. Deixando tudo pra trás, em 1977, segui para Brasília para fazer o curso. A Lydia ficou com a Daniela e o Marcelo ( o Rafa ainda não havia chegado) e eu fui de peito aberto para a nova disputa que não teria vencido não fosse o apoio, à distancia, da Lydia, dos meus pais, sogros, enfim, de toda a família. Ficamos internos na própria ESAF. Como as provas por matéria eram eliminatórias ficamos 30 dias sem sair do nosso internato que naquela altura ficava a 30 quilômetros do centro de Brasília. Não havia a Ponte nova. Chegando lá deixei crescer a barba com a promessa de que só a cortaria após a minha aprovação. A foto abaixo mostra como fiquei. E neste dia, após o resultado da última prova, finalmente fiz a barba.
Na sequencia, fui nomeado, primeiro para Brasília, depois Boa Vista e em seguida de volta à Manaus.
Em 1981, a ESAF abriu uma seleção para instrutores de novos fiscais. Candidatei-me para dar aula de PAF – Processo Administrativo Fiscal – , matéria que gostei muito e continuei estudando, talvez até pelo grande mestre que tivemos, o saudoso Professor Hindenburgo Dobal Teixeira, que era o coordenador. Ele havia sido o autor do Decreto 70.235/1972 que disciplina o PAF e conhecia a materia como ninguém. Fui selecionado e de aluno passei a instrutor, um sonho acalentado por mim.
Durante os anos 80 sempre era chamado para dar aula em Brasilia na ESAF. Fiz amigos pelo Brasil afora, vi muitos dos meus outrora alunos, depois colegas, galgarem os mais elevados postos da Administração Tributária, o que me enche de orgulho e de muita alegria. Sempre tive carinho por eles e vice – versa. Abaixo uma foto que recebi de uma (frente e verso) ao final do curso. Eu estou no meio deles.
Saudades dessa e de todas as turmas a quem tive a oportunidade de contribuir com a formação. Na foto estão alguns colegas muito especiais como o Jorge Péres, o Afonso, o Nilo, a Luciana, a Consolação…
Desde que entrei na ESAF mantive com ela e seu método de ensino, as pessoas que a construíram, não no sentido físico, mas educacional e os que foram meus alunos, uma relação muito próxima, de carinho recíproco. E lá se vão 43 anos. Talvez por isso o sentimento hoje seja de perda, de saudade e de nostalgia.
A ESAF foi muito importante nos avanços da administração tributária nas últimas décadas.
É um equívoco fecha-la.