BOLSA UNIVERSITÁRIA: ESSE FILHO É MEU!

O prefeito Amazonino Mendes disse ontem que as pessoas não reconhecem o quanto é importante o programa Bolsa Universitária que permitiu que 11 mil estudantes fossem beneficiados com bolsas de estudo fornecidas pela Prefeitura de Manaus em Universidades particulares. Apresentou o programa como se fosse obra dele.

Não posso ficar calado com essa tentativa de “roubar” algo que é criação e mérito da minha administração.

Vamos relembrar os fatos.

Havia uma briga histórica entre o Município e as Universidades particulares quanto ao pagamento de dois impostos municipais, IPTU e ISS, especificamente. Elas diziam que não deviam pagar e o Município cobrava. Impasse de mais de vinte anos.

Na esteira do que fez o Governo Federal com o PROUNI, que troca vagas nas Universidades particulares por tributos federais, a minha administração abriu diálogo com os representantes das universidades particulares sobre o tema porque de nada adiantaria criarmos o programa se eles não aderissem. Depois de muitas idas e vindas chegamos ao texto do projeto que foi encaminhado, discutido e aprovado pela Câmara Municipal.

A lei foi por mim sancionada no dia 31 de dezembro de 2007. Conheça a sua íntegra no post abaixo. Não entrou em vigor logo em 2008 porque a lei eleitoral veda a implantação de programas que tragam qualquer benefício que não tenha sido dado no ano anterior.

Em 2009, Amazonino assumiu e dentre outras tantas coisas boas que recebeu da minha administração, a famosa “herança bendita”, estava a lei da “BOLSA UNIVERSITÁRIA”. Ele só deu seqüência ao que deixei pronto. E agora vem querer ser o pai da criança.

Alto lá, Amazonino!

Você tem o mérito de haver criado a UEA que eu reconheço, agora respeite o mérito dos outros, respeite o mérito da minha administração, foi ela quem criou a BOLSA UNIVERISTÁRIA, não foi você.

Reconheça o mérito de uma administração que seguindo os passos do que deu certo no Governo Lula criou, por assim dizer, uma Universidade municipal com 11.000 vagas, beneficiando 11.000 famílias, utilizando créditos tributários que há vinte anos o Município tentava receber e não conseguia.

Reconheça a “herança bendita” que você recebeu e deixe de surfar na onda. Não queira se apropriar do que é dos outros. Isso é feio. Isso tem até nome no Código Penal.

A UEA é obra sua. Parabéns por isso. Agora respeite o que os outros fizeram. Quem fez a BOLSA UNIVERSITÁRIA, essa verdadeira Universidade municipal, sem recursos, apenas com criatividade e iniciativa, foi a minha administração.

Está até na Bíblia, Amazonino: “A Cesar o que é de Cesar; à Deus o que é de Deus.”

Então por aqui ficamos assim: “Ao Amazonino o que é do Amazonino; ao Sarafa o que é do Sarafa.”

2 thoughts on “BOLSA UNIVERSITÁRIA: ESSE FILHO É MEU!

  1. Serafim, acredito que a parte fundamental numa administração, é sem dúvida, a omunicação social. Quando você propôs a bolsa universitária, se tal ação, tivesse tido uma publicidade maciça, compacta e constante, não precisaria vc se defender, seus partidários o defenderiam, não é verdade???

  2. Mérito e Demérito

    Serafim, quero respeitosamente discordar de você.

    Não penso que Amazonino Mendes tenha assim tanto mérito por ter criado a UEA. Eu explico o porquê.
    É claro que criar uma universidade é de um mérito incontestável, mas não penso que Amazonino criou a UEA de facto, o fez apenas de juris.
    É bom lembrar uma discussão histórica que marcou os símbolos intelectuais… uma velha discussão entre Platão e Aristóteles… a rivalidade entre a Academus e a Biblioteca. Platão acreditava que a academus (uma espécie de origem da universidade) era um lugar onde se discutia, se dialogava, se debatia e consequentemente, se aprendia; Aristóteles, por outro lado, pensava que o essencial era a prática do estudo individual, através do livro, instrumento da intelectualidade… as pessoas morrem, os livros ficam e são lidos pelas futuras gerações. Por conta disso, Aristóteles, através do patrocínio de Alexandre, constituiu a maior biblioteca do mundo antigo: a biblioteca de Alexandria. Platão, por sua vez, nos legou escritos, que foram para a Biblioteca de Alexandria, onde relatava os seus famosos diálogos… fato é que independente da fala, ou da leitura dos livros, faltaram os dois na contratação da UEA.
    A UFAM foi criada em cinco municípios do interior (Parintins, Humaitá, Coari, Benjamin Constant e Itacoatiara) e qual foi a primeira atitude administrativa antes de se começar as aulas? Fazer concurso público para que houvesse um corpo docente efetivo (em todos os sentidos), após isso, a questão é estruturar a universidade… com laboratórios, bibliotecas, salas de aula adequadas e etc…
    O que o Amazonino fez? Não realizou concurso público!!! E fez (ou não fez, depende da semântica) mais…. gastou milhões, em licitações suspeitas, comprando quadros digitais, que não são mais utilizados, em vez de construir uma biblioteca. Amazonino Armando Mendes conseguiu uma proeza intelectual… construiu uma universidade sem biblioteca e sem corpo efetivo de professores, por que alguém faria isso?
    Explicação mais óbvia possível: populismo, demagogia, vontade de mostrar coisas que não fez passando uma pá de cal para dizer que fez….
    Resultado… uma década depois, a Universidade do Estado do Amazonas ainda tem um acervo pífio de obras, nunca elegeu um reitor e pior pecado: deixou de ser o que poderia ser: uma grande universidade, continua apenas sendo uma universidade grande….
    Para Amazonino, uma universidade (UEA) não precisa de biblioteca, ou corpo efetivo de docentes e muito menos de uma editora universitária… afinal de contas… vai que alguém decide escrever sobre a corrupção no Amazonas……
    Mas, tudo o que vai, volta… ou como diria Aristóteles…. O que começa errado, não termina certo….
    esperemos 2012!

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