Por Marcelo Ramos:
A filiação da ex-senadora Mariana Silva ao PSB e consequente aliança com o governador de Pernambuco Eduardo Campos para a disputa das eleições presidenciais é certamente, até aqui, o fato mais relevante da sucessão de 2014.
Para os que duvidavam dos efeitos eleitorais da aliança Campos-Marina, a pesquisa DataFolha traz números surpreendentes. O Governador socialista salta de 8% para 15% de intenções de votos num cenário em que apenas 25% dos eleitores o conhecem.
Marina esteve em Manaus na última sexta e, na entrevista coletiva que concedeu, expressou seu desejo de que o PSB lance candidato a Governador no Amazonas, sugerindo o meu nome.
Ao final da coletiva, um repórter perguntou se eu trocaria uma reeleição certa pra deputado estadual por uma candidatura ao governo apenas para marcar posição. Disse a ele que nem minha reeleição é certa e nem uma candidatura a governador seria apenas para marcar posição. Ainda que alguns se julguem donos dos votos dos amazonenses, ninguém é mais poderoso que o cidadão quando chega à urna.
Acredito que o sentimento que levou milhões de pessoas às ruas em junho não morreu, está apenas adormecido, e acordará nas eleições de 2014 clamando por alternativas aos políticos tradicionais e aos caciques que faz anos dominam a política no nosso Estado.
Eduardos, Melos, Alfredos e Amazoninos podem manipular partidos e com isso tempo de TV, podem dominar prefeitos e com isso apoios no interior, podem concentrar recursos e com isso tentar comprar votos e consciências. Mas não são capazes de controlar a força de uma ideia quando essa vai ao encontro dos sonhos e esperanças da população.
Foi sendo depositária desses sonhos e esperanças que em 2010 Marina recebeu no Amazonas 25% dos votos sem apoio de nenhum cacique e com uma estrutura infinitamente inferior a de seus concorrentes.
Não sei o que o futuro nos reserva, mas sei que não temos o direito de permitir que sobre ao povo do Amazonas ter que escolher entre dois candidatos a Governador que são a mesma face da mesma moeda.
