TCU informa à Câmara que Caixa só liberou 4% do dinheiro para obras de ‘mobilidade’ da Copa

Do Blog do Josias de Souza:

O ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União, esteve na Câmara nesta quarta (21). Participou de audiência pública convocada para analisar o andamento das obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014.

Campelo informou que o TCU está especialmente preocupado com o ritmo das obras de mobilidade urbana. Foram orçadas em R$ 11,48 bilhões. Verbas da Caixa Econômica Federal e do BNDES.

O dinheiro será despejado em 54 empreendimentos. Na parte que se refere à Caixa –coisa de R$ 7,6 bilhões— apenas sete obras tiveram os recursos liberados. Isso corresponde a pouco mais de 4% do total a ser investido.

“Ocorre que a Caixa precisa dos projetos executivos, e eles demoram mesmo. Estamos apenas alertando, pois esse [pedaço das obras que se refere à mobilidade das cidades] é o maior legado que a Copa pode nos deixar”, disse Campelo.

Na opinião do ministro, as obras de construção e reforma de estádios nem sempre deixarão esse legado benfazejo. Nesses casos, disse Campelo, a herança deixada pela Copa pode não corresponder às “necessidades da população”.

De acordo com as explicações de Campelo, o TCU realiza um trabalho preventivo para evitar que as obras custem mais do que o razoável. Tenta-se fugir de um flagelo ocorrido no Pan-Americano de 2007.

Naquela ocasião, os auditores do TCU só entraram em campo depois que as obras já estavam prontas. Descobriu-se que o custo final foi dez vezes superior ao orçado. Para contornar a reiteração da onda de lamentações depois do fato, o tribunal antecipa-se. Na Copa, “não deve haver surpresas”, disse o ministro, num laivo de otimismo.

Pelas contas de Campelo, as intervenções prévias do TCU já produziram uma redução de R$ 500 milhões nas obras da Copa. Ele citou o exemplo da reforma do estádio do Maracanã.

O orçamento inicial somava R$ 600 milhões. Sobe daqui, aumenta dali foi à casa de R$ 1 bilhão. A equipe do TCU interveio. E a conta caiu, por ora, para R$ 776 milhões. Reiterando o otimismo, Campelo disse descrer da hipótese de má-fé.

Heimm?!? “Nesse caso, a pressa por fazer o orçamento inicial e mudanças no projeto justificam o encarecimento”, afirmou o ministro. “Mas não a vontade dos governantes de gastar com a obra.” Hã, hã…

Comentário meu: Estamos a dois anos da Copa e muito atrasados. Pelo visto, no nosso caso, o que vai ficar da Copa serão as obras do Aeroporto e o “elefante branco” da nossa ARENA.