Serafim: Bolsonaro repassou R$ 9 bilhões ao Amazonas, mas antes levou R$ 21 bilhões

Serafim: Bolsonaro repassou R$ 9 bilhões ao Amazonas, mas antes levou R$ 21 bilhões

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) lamentou, nesta quarta-feira, 3, as declarações equivocadas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o envio de R$ 9 bilhões ao Amazonas para combate à pandemia, quando na verdade são repasses obrigatórios do governo federal e que não podem ser utilizados ou remanejados para outras áreas.

Através de suas redes sociais, o presidente da República chegou a dizer que não tinha obrigação de enviar oxigênio ao Amazonas porque já tinha disponibilizado estes recursos.

“Tenho muita clareza de que, efetivamente, o Amazonas recebeu auxílios importantes do governo federal, mas isso é uma obrigação do governo federal. Não posso aceitar que o presidente da República, Jair Bolsonaro, venha passar na nossa cara que mandou R$ 9 bilhões para o Amazonas em 2020”, disse Serafim durante a sessão plenária da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).

No montante enviado pelo governo federal ao Estado estão incluídos o programa Bolsa Família, Auxílio Emergencial, pagamento de aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Fundos Constitucionais para o governo do Amazonas e para os 62 municípios.

“Nesse bolo todo deu R$ 9 bilhões, mas aí eu tenho uma perguntinha para fazer para o presidente. Quanto foi que o governo federal arrecadou aqui [Amazonas]? Sabem quanto foi em 2020? R$ 21 bilhões. O senhor (Bolsonaro) levou R$ 21 bilhões e devolveu R$ 9 bilhões. Está faltando R$ 12 bilhões nessa conta. Quando vai devolver os R$ 12 bilhões para a conta ficar zero a zero?”, questionou Serafim.

O líder do PSB na Casa Legislativa ainda disse que acompanha os números no Estado e não poderia ficar calado diante da postura de Bolsonaro.

“Não se pode admitir que o presidente venha achar que a gente não saiba tabuada. Essa são as duas primeiras operações, somar e diminuir. Não entra nem multiplicar e dividir. Agora dizer que mandou R$ 9 bilhões, como se ele tivesse mandado R$ 9 bilhões de esmola. Essa é a manifestação de alguém que acompanha esses números e que não tem o direito de ficar calado na hora em que o presidente vem com essa graça para cima de todos nós. Lamento que nosso governador e os 62 prefeitos tenham ficado calados”, concluiu.