Sem salários, mais de 500 médicos deixaram AM somente em 2019, diz Serafim

Sem salários, mais de 500 médicos deixaram AM somente em 2019, diz Serafim

Com salários em atraso, mais de 500 médicos deixaram o estado do Amazonas somente em 2019. O dado foi divulgado pelo deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) durante discurso na manhã desta quarta-feira, 22, na sessão virtual da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado).

“Ao longo do ano de 2019 mais de 500 profissionais deixaram de trabalhar para o governo do Amazonas, porque eles trabalhavam e não recebiam, então foram embora de Manaus. Isso daí equivale a 10% da força de trabalho médico. Os que ficaram continuam sendo maltratados, não recebem, não são ouvidos, não conseguem ser recebidos pelas autoridades, nem mesmo para reclamar o não recebimento”, disse Serafim.

Na segunda-feira, 20, em depoimento ao MP-AM (Ministério Público Estadual), o conselheiro do CREMAM (Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas) e Presidente da Associação Médica do Amazonas, Emanuel Jorge Akel Thomaz de Lima, afirmou que os salários estão atrasados, em média, há cinco meses e que, além do rombo deixado pelo êxodo de profissionais da saúde, médicos de outros estados tem receio de virem para Manaus em virtude da pandemia de Covid-19.

“Eu quero fazer um apelo ao governo (do Amazonas), ao bom senso, aquela maneira de trabalhar do ano passado não deu certo e nos jogou em uma encruzilhada. Aí agora o governo está querendo fazer chamamento e contratá-los de novo, mas esses médicos não voltam. E essa maneira de tratar os profissionais médicos, como se eles fossem pedintes, como se eles fossem alguém que está trabalhando contra o estado, isso foi e é muito ruim”, declarou o deputado.

Até terça-feira, 21, o Amazonas registra 2.270 casos confirmados do novo coronavírus, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Segundo o líder do PSB na ALE-AM, a regularização dos salários é ferramenta essencial para, em meio à pandemia, os profissionais da saúde terem o mínimo de dignidade.

“O que se espera agora é que o governador tenha o mínimo de humildade para reconstruir as pontes, mudar o discurso e respeitar a classe médica, respeitar os profissionais de saúde”, concluiu o parlamentar.