A proclamação da República em 1889 foi precedida de uma acachapante vitória eleitoral do Partido Conservador, ligado à Monarquia. Analisando o resultado das eleições, Joaquim Nabuco, um dos maiores homens públicos e intelectuais da nossa história, publicou, em 1886, “O erro do Imperador” onde afirma: “Se há alguém nesse país a quem o resultado das últimas eleições deva particularmente desagradar, é o Chefe de Estado”.
Para justificar uma análise que parece contraditória – como desagradaria ao Imperador a vitória do Partido Conservador, aliado dos ideais da Monarquia? – Joaquim Nabuco passa a discorrer sobre os verdadeiros amigos e inimigos do Poder e conclui: “Os inimigos de uma instituição são, em sentido vulgar, os que a combatem, mas, em sentido exato, os que a destroem. O parasita está longe de ter ódio, deve ter mesmo amor, ao organismo que o alimenta e ele arruína”.
Nada mais atual, num momento da política em que Sarney representa no Congresso quase que o consenso dos parasitas que fazem juras de amor ao Governo Federal, porque dele se alimentam e a ele arruínam a cada dia com o seu descompromisso com a ética, a transparência e a eficiência na gestão pública.
Nos dois últimos anos como vereador, fui visto como inimigo do Prefeito (no sentido vulgar de Joaquim Nabuco), quando seus verdadeiros inimigos (no sentido exato) são os parasitas e bajuladores que o cercam.
Como deputado estadual, procurarei apresentar alternativas aos problemas do Estado e serei implacável na fiscalização e controle dos gastos e atos da Administração Pública e, assim agindo, poderei, no sentido vulgar, até parecer o mais duro inimigo do Governador, mas, no sentido exato, seus maiores inimigos serão os bajuladores e parasitas que não perdem a oportunidade de declarar seu amor ao Governo, mas que dele se alimentando até arruiná-lo.