Morre o diretor da FIEAM, Athaydes Mariano Félix

O diretor da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Athaydes Mariano Félix, faleceu na manhã desta quarta-feira (02), de parada cardíaca, a caminho de sua empresa A.M. Félix e Cia Ltda (Metalúrgica Félix), no Distrito Industrial. Há 28 anos, o empresário presidia o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, que representa o segmento composto pelos setores metalúrgico, duas rodas, mecânico e descartáveis. No próximo dia 15, Mariano iria completar 70 anos de idade.

Para Francisco Garcia, ex-presidente da FIEAM, Athaydes Mariano Félix foi um companheiro que mostrou competência na área sindical, sendo um grande expoente do polo de rodas. “Amigo de seus amigos, fez de sua vida uma bandeira em defesa da Zona Franca de Manaus”.

Segundo o ex-presidente da FIEAM, José Nasser, a morte do empresário é uma perda lamentável para os familiares, amigos, empresários, indústria e para a FIEAM. “Athaydes era um homem exemplar, que adotou o Amazonas como sua terra e que defendeu o modelo ZFM como nenhum outro. Foi amigo leal. Sempre pude contar com ele para qualquer situação, sendo um conselheiro de bom senso. Tratava a todos da melhor maneira e tinha o cuidado de promover o entendimento dos assuntos pertinentes ao PIM”, disse.

De acordo com o presidente Antonio Silva, Athaydes foi exemplo de industrial e de cidadão por suas ações em favor do desenvolvimento do Amazonas, com atuação destacada na diretoria da FIEAM, desde 1987, onde exerceu a 1ª vice-presidência nas duas últimas diretorias, entre 2007e 2015. Atualmente o empresário era membro do Conselho Fiscal.

Desde 1995, o empresário compôs a diretoria da FIEAM e ocupou a 1ª vice-presidência de 2007 a 2015. A atuação do dirigente sempre foi voltada para o fortalecimento da indústria, a exemplo do polo de Duas Rodas, hoje um dos mais verticalizados do Polo Industrial de Manaus, por abrigar mais de 90% das empresas de bens finais do País e uma rede de fornecedores.

Athaydes Mariano Félix nasceu em 15 de março de 1946, em Pereira Barreto, São Paulo, mas há mais de 30 anos escolheu Manaus para viver com sua mulher, Amália Maria Félix, os filhos Carlos Cristiano, Athaydes Junior, Marco Vinícius e Andressa Maria Félix, e as netas Karla, Karen Suely, Kamylle Fernanda, Nicole Mariana, Jennyfer Victória e Maria Clara. Era bacharel em Ciências Contábeis, graduado pela Universidade Federal do Amazonas, sócio proprietário da A.M. Félix e Cia Ltda (Metalúrgica Félix) e também foi diretor da Monark da Amazônia S/A.

Profundo conhecedor do sistema tributário, foi vice-presidente do Conselho de Recursos Fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Sua atuação contribuiu para auxiliar tecnicamente este colegiado, de forma a manter as necessárias vantagens comparativas do modelo de incentivos fiscais. O líder empresarial também foi conselheiro do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/AM) e do Serviço Social da Indústria (SESI/AM), diretor do Departamento de Relações do Trabalho da FIEAM, membro fundador do Rotary Club – Distrito Industrial e fundador da Associação dos Fabricantes de Componentes da Amazônia (AFICAM).

Depoimentos

Nelson Azevedo, 2º vice-presidente da FIEAM:

Conheci o Athaydes bem antes de entrar na FIEAM, em 1982, quando ele era da Monark e eu da Moto Honda. Desde lá, sempre foi uma pessoa que seguia seus princípios e já batalhava pela melhoria do nosso parque industrial, ajudando a escrever a história do modelo Zona Franca de Manaus. Dentro do Sistema FIEAM, lutou e defendeu as indústrias do PIM ao liderar o Sindicato dos Metalúrgicos e ao participar e contribuir ativamente como vice-presidente da FIEAM na gestão de José Nasser e nas duas últimas de Antonio Silva.

Genoir Pierosan, Diretor da Divisão Administrativa Financeira da Yamaha Manaus e diretor da FIEAM

Athaydes Mariano Félix era um amigo, um homem preocupado em sempre ajudar os outros e quando não podia solucionar os problemas, tomava atitudes para minimizar os impactos. Como pessoa era excelente e como profissional um devoto a atender as necessidades dos associados de seu Sindicato.

Um observador atento

Atento observador do cenário econômico, Athaydes Mariano Félix, em sua última entrevista, concedida ontem (1º.) à sua Assessoria de Imprensa, destacou que as empresas do polo duas rodas estão fazendo mais do que possível para manter os empregos e amenizar o impacto social. “A Moto Honda havia planejado há quatro anos a produção de 2,2 milhões de motocicletas. Hoje a meta foi reduzida para 850 mil, o que representa queda de 60%. A situação política e econômica é péssima. Chegamos ao extremo. A crise que esperávamos foi multiplicada por dez. o ano está perdido, vamos ver ano que vem. As empresas estão fazendo todos os esforços e por enquanto vamos adequar a produção à demanda e evitar o máximo de demissões”, analisou.