MANAUS, 343 ANOS

Hoje, 24 de outubro, Manaus faz aniversário e todos nós que fazemos esta cidade no meio da selva amazônica estamos de parabéns e ao mesmo tempo agradecidos à ela.
Manaus dos mil contrastes como diria o saudoso Gil Barbosa é a maior e principal cidade da Amazônia, com um pujante pólo industrial, mas convivendo com bolsões de miséria. É uma cidade bela e formosa, alegre e festeira e que tem como maior qualidade o seu povo que surgiu da mistura de muitas raças. Foi fundada por portugueses que se misturaram com índios, negros e, em seguida, com judeus, árabes e tantas outras raças resultando num povo sem ódios, que sabe levar a vida e enfrentar as dificuldades, como ninguém.
Viveu o apogeu da borracha quando pelo seu porto saiam a maior parte das exportações brasileiras que geraram as divisas necessárias para São Paulo fazer nascer o seu hoje pujante pólo industrial. Foi um momento de glória para a cidade tendo aqui surgido, inclusive, a primeira Universidade brasileira, mas na seqüência veio a queda do ciclo e suas conseqüências sendo a pior delas o fechamento da Universidade.
  • Foto: Chico Batata

    Amargamos anos de dificuldades até os anos 60 quando surgiu a Zona Franca de Manaus, importante projeto de desenvolvimento que inicialmente objetivava substituir o extrativismo, mas que terminou se revelando mecanismo fundamental para que o Amazonas tenha preservado 98% de sua floresta.

    Com a Zona Franca vieram os bônus e os ônus. O bônus de termos uma economia pujante que assegura crescimento econômico, empregos e recursos ao poder público, mas o ônus de assistirmos ao crescimento desordenado da cidade com todas as conseqüências que disso decorrem.

    Embora tenha 343 anos, Manaus é ainda muito jovem quando se fala de autonomia política. Seus prefeitos eram nomeados pelo Governador até 1961 quando foi eleito Josué Claudio de Souza. Em 1964, com o regime militar, houve intervenção no município. Em 1965 foi eleito Vinicius Conrado que mais tarde por pressão do então Governador nomeado Artur Reis foi obrigado a renunciar voltando o prefeito de Manaus a ser designado pelo Governador. Isso foi assim até 1985 quando foi eleito Manoel Ribeiro. A partir daí, Manaus voltou a decidir quem devia administrá-la. Portanto, apenas 27 anos de autonomia política.

    Nesse período só três prefeitos cumpriram integralmente seus mandatos: Artur Virgilio Neto, Alfredo Nascimento e Serafim Corrêa.

    A minha vida é toda ligada a Manaus. Os meus avós e pais eram trabalhadores da construção civil e vieram para cá em busca de trabalho que não havia em Portugal no início do século passado. Aqui eu nasci, me criei, estudei,casei, vi nascerem meus filhos e netos e tive a sublime honra de ter a confiança da minha gente para que eu fosse um dos poucos a dirigir os destinos da cidade, o que fiz com dedicação integral. Nossa família está na quinta geração em Manaus: são três meninos e seis meninas que vão dar continuidade a nossa vida.

  • No próximo domingo decidiremos quem desejamos para governar Manaus. A minha opção, com todo o respeito que tenho pela Vanessa, é o Arthur por entender que ele está mais preparado para administrar a nossa cidade. Peço a todos que me seguem políticamente que examinem a minha opção. Domingo é 40 + 5 = 45.
  • Por último, relembro sobre Manaus o dizer do nosso poeta maior, Aníbal Beça, hoje em outro plano.

    Disse ele, em TOADA DE MANAUS:

    Eu sou da cidade morena,

    reza a bênção na canção,

    batizada pelas águas,

    da virgem da Conceição (Bis)

    Nossa cor leva o tempero

    da gente antiga baré.

    Sou caboclo manauara

    jaraqui e mururé,

    cunhantã e curumim, banzeiro no igarapé. (Bis)

    Toda cidade se habita

    como lugar de viver.

    Só Manaus é diferente

    nessa maneira de ser,

    pois em vez de morar nela

    é ela quem mora na gente .

    No sorriso ela se inventa,

    morada dos nossos sonhos,

    minha querida Manaus,

    mana maninha de encantos.

    No teu aniversário, parabéns Manaus e obrigado por tudo.