Por Kleyton Renzo, no portal D24AM:
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), pelo menos seis toneladas de lixo foram retiradas no último mutirão de limpeza no igarapé do Mindu
Manaus – O acúmulo anormal de lixo embaixo da ponte da rua H, que leva ao Conjunto Nova República, no bairro Distrito Industrial, zona Leste de Manaus, tráz a discussão o comportamento da população que continua a jogar detritos nos igarapés de Manaus.
Vários igarapés da cidade apresentam o mesmo problema e a situação se agrava nos períodos chuvosos, quando a força da água leva a sujeira cada vez mais longe, e barreiras se formam levando ao acúmulo inevitável. Exemplos disso são os igarapés do Passarinho, zona Norte, e igarapé de Manaus, na zona Sul que estão assoreados e transbordam com facilidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), pelo menos seis toneladas de lixo foram retiradas no último mutirão de limpeza no igarapé do Mindu, no trecho que corta o parque. São detritos que percorrem pelo menos nove bairros da zona leste, desde a Cidade de Deus, antes de chegar até o parque, e desembocar no igarapé do São Raimundo, na zona Oeste.
Para tentar diminuir a ação da predatória da população, a Semmas trabalha nas comunidades com projetos que realizam oficinas, mini-cursos e palestras para conscientizar e oferecer alternativas de uso recicláveis para os objetos que possuam capacidade de serem reaproveitados.
“Nós trabalhamos desde 1999 realizando essas oficinas, e já capacitamos mais de 42 mil pessoas. Infelizmente a preservação do meio ambiente ainda não faz parte da cultura básica do nosso povo, mas continuamos trabalhando nesse sentido”, explica a chefe em exercício do setor de ações educacionais às comunidades da Semmas, Kelly Cabral.
A Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) estima que foram retirados dos igarapés de Manaus no último ano aproximadamente 1.100 mil toneladas de lixo, mas que mesmo com o serviço sendo executado diariamente, enquanto não houver a mudança de comportamento das pessoas o lixo ainda será um transtorno.
Renda do Lixo
O que para os órgãos de limpeza e proteção do meio ambiente é um transtorno, para algumas pessoas acaba se transformando em opção de obter alguma renda. Há dois anos o desempregado Arildo Torres diz que cata objetos de plástico debaixo da ponte do conjunto Nova República e que sempre depois de uma chuva ele sabe que vai encontrar o material disponível.
“Dá pra tirar de R$ 300 a R$ 500 por mês com esse trabalho. Esse lixo todo vem lá de cima, do ‘Quarentão’, e agora com essas chuvas mais fortes e o cano segurando o lixo, é que ficou mais acumulado”, comenta o catador.
O cano em questão é da concessionária Águas do Amazonas e leva água para os conjuntos daquela região. Questionada, a concessionária ainda não respondeu se pretende elevar o cano para evitar que ocorra a barragem dos detritos. O serviço de limpeza do igarapé será feito pela Semulsp em até 72h, que ficou de enviar uma equipe ao local para verificar a gravidade da situação.