Jornais de um lado só têm vida curta

Um jornal impresso, antes de bons jornalistas, papel e tinta, tem que ter credibilidade. E credibilidade é algo que se adquire no dia a dia, com atitudes, com opinião sobre os temas palpitantes, sempre ouvindo o outro lado e, sobretudo, noticiando os fatos, mesmo quando eles digam respeito aos seus donos em condições adversas. Nos anos sessenta o diretor de um jornal de São Paulo dirigindo o seu próprio carro atropelou uma pessoa que veio a falecer, embora ele tenha prestado socorro. Foi para o jornal e mandou dar a notícia, com chamada em primeira página: “JORNALISTA ATROPELA E MATA”.

Brigar com os fatos, esconder a notícia, dar apenas a versão que convém ao donos do poder é fatal para a credibilidade de um jornal.

Isso já era assim antes da Internet. Depois dela, aí mesmo é que não há menor espaço para quem só ouve um lado, só dá uma versão, e em geral a versão que interessa. A Internet permitiu o surgimento dos blogs que em tempo real dão o outro lado e permitem que os atacados respondam on line.

Os jornais de propriedade de políticos, direta ou indiretamente, não tem credibilidade. Podem ter as melhores máquinas, os melhores jornalistas, mas eles não sobrevivem porque não conseguem ter credibilidade.

Nos últimos cinquenta anos tivemos muitos exemplos. A GAZETA, O TRABALHISTA, A NOTÍCIA, O POVO DO AMAZONAS, O JORNAL DO NORTE, O ESTADO DO AMAZONAS e O CORREIO AMAZONENSE despareceram exatamente por essa razão: como eram ligados a grupos políticos, não noticiavam o outro lado, eram tendenciosos, não tinham credibilidade.

Hoje temos em nossa cidade um jornal nessas condições: o EM TEMPO.

Durante a estada em Manaus da CPI da Pedofilia o jornal fez de conta que não estava acontecendo absolutamente nada e sonegou as informações dos seus eleitores.

Por que fez isso?

Porque o ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, o seu ex-secretário Adriano Salan, ligados a poderosos, e o próprio dono do jornal, Otávio Raman seriam ouvidos pela CPI. Aliás não compareceram e agora terão que ir à Brasília depor com transmissão ao vivo para todo o Brasil.

A história já mostrou o que acontece com jornais que têm a postura de sonegar informações ao leitor: eles têm vida curta.

É só questão de pouco tempo.

7 thoughts on “Jornais de um lado só têm vida curta

  1. Serafim, gostaria de uma investigação para saber por que há mais ou menos um mês o site da Prefeitura de Manaus vem apresentando problemas?
    -Eu e alguns amigos estamos encontrando dificuldades de acessá-lo, dificilmente abre a página principal e quando isso ocorre, o acesso as secretarias aparecem codificadas. Por quê?
    Estou preocupada, pois a última notícia é de que os estudantes terão que se cadastrarem através da Internet, como será possível se a população com internet nao consegue acesso ao site?
    Por favor, dê-me uma resposta, se possível. Obrigada.
    Neusa.

  2. Este Jornal Em Tempo nem deveria ser chamado de Jornal. Não passa de um encarte para veicular “matérias positivas” e propagandas institucionais do Governo do Estado do Amazonas. É mais um que serve aos poderosos. Onde estão as autoridades que não fiscalizam? Fazem propaganda política descaradamente para o Governador Eduardo Braga e seus asseclas todos os dias. E, pra ser bem sincero, imparcialidade nos jornais que circulam no Estado é utopia. Tudo depende das “conveniências”. Mas, um dia a casa cai e a seriedade volta. Tem que voltar.

  3. Até hoje Sarafa, a população se pergunta por que o grupo Calderaro “tv e jornal A Crítica” parou de lhe apoiar, pois era nítido o apoio na eleição em que você ganhou, e logo depois acabou, e veio o repentino apoio ao “Maluf do Amazonas” que era odiado por este grupo! Nós sabemos o que aconteceu, mas a população no geral não sabe!

    Mas tendo toda a mídia manaura lhe atormentando, você ainda foi para o 2º turno, ou seja, a verdade Sarafa vai sempre prevalecer, seja ela tardia ou não!

    Volta logo Sarafa!!

  4. É claro, que erros adimitidos por você na sua prefeitura, teriam que ser mostrados mesmo, pois estamos em uma Democracia, mas a tormenta direcionada a você foi polítiqueira. Eu mesmo Sarafa, fiz críticas a sua prefeitura, mas críticas construtivas e não destrutivas, isso é Democracia.

    Apoio você Sarafa pela sua ética e história honesta, por isso continue assim com seus ideais!

  5. Prefeito,

    A ética e transparência no serviço público, são prerrogativas de políticos competentes, honestos e que realmente tem compromisso com a verdade e lisura. Isto nunca lhe faltou. Por isto estou no PSB e continuarei enquanto lhe apoiando até o fim.
    Continue assim. Os tempos estão mudando… a prova é a vitória do crescimento do voto consciente, apesar das adversidades.

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