Uma dor de cabeça constante de um prefeito diz respeito aos conflitos entre igrejas, principalmente, evangélicas e os vizinhos, por conta do som alto nas suas celebrações.
Num pequeno município os vizinhos de uma igreja foram ao prefeito reclamar do barulho. O prefeito mandou a secretaria do meio ambiente agir e foram feitos os procedimentos de praxe intimando o pastor a respeitar os limites do som.
Este, por sua vez, acompanhado de vereadores amigos foi ao prefeito dizer que era alvo de intolerância religiosa. E que os vizinhos eram ligados à umbanda. Resultado: o prefeito já no limite da tolerância mandou chamar o pastor, os vereadores, a secretária do meio ambiente e os vizinhos e depois de uma daquelas intermináveis reuniões ficou acertada a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta com prazo para fazer o isolamento acústico da igreja. O Pastor, no entanto, sempre ressalvava que os vizinhos eram intolerantes.
Dias depois, nova confusão e todo mundo foi parar na prefeitura.
O prefeito, que já não aguentava mais tratar do assunto, foi direto:
– Afinal, o que houve desta vez?
– Eles picharam a igreja, disse o pastor.
– O barulho não parou, gritaram os moradores.
– Essa de pichar a igreja é novidade. Como foi isso? perguntou.
– Prefeito, a minha igreja é “DEUS É FIEL” e aí picharam.
– Ninguém pichou, cortaram os moradores.
– Picharam como, pastor, fale logo, disse o prefeito.
– Depois do “DEUS É FIEL” escreveram “…MAS NÃO É SURDO”.
A reunião acabou e ainda hoje a briga continua.