Dados do IBGE apontam redução da natalidade no Amazonas

Do portal@d24am.com :

Manaus – As mulheres do Amazonas estão tendo menos filhos. Este é um dos principais dados resultantes da Síntese de Indicadores Sociais 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados, divulgados nesta sexta-feira, são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os dados também mostram que população do Amazonas continua concentrando-se nas cidades, melhorando sua expectativa de vida, mas que a escolarização do amazonense não melhorou muito na última década.

A taxa de fecundidade que retrata o número médio de filhos que teria uma mulher vem sofrendo significativa redução nos últimos anos em nosso Estado. Em 1999, cada mulher teria em média 3,4 filhos. Já em 2009, este número reduziu para 2,4 filhos por mulher. Refletindo-se uma diminuição do número de pessoas por família de ano para ano.

Já a taxa de natalidade, que é o número de nascidos vivos para cada mil habitantes, reflete muito bem a taxa de fecundidade. Uma vez que também vem caindo nos últimos anos. Em 1999, nasciam 31,6 pessoas para cada mil habitantes. Já em 2009, esse número reduziu para 20,16 pessoas para cada mil habitantes. Em dez anos, deixaram de nascer 11 pessoas para cada mil habitantes.

Outros indicadores

Nos últimos anos a esperança de vida ao nascer do amazonense melhorou sensivelmente, passando de 68,5 anos em 1999 para 72,2 em 2009. O que significou um ganho de 3,7 anos de vida no período de 10 anos. Nesse aspecto as mulheres tiveram um ganho maior, já que sua expectativa de vida passou de 71,5 para 75,3 anos, um acréscimo de 3,8 anos. Os números da esperança de vida ao nascer são animadores, no entanto, é necessário que a sociedade cada vez mais se prepare para a inserção do idoso no seu contexto. Estudos confirmam que à medida que os índices de esperança de vida crescem, há uma tendência de aumento da incapacidade funcional da população idosa.

A razão de sexo é o indicador que aponta o equilíbrio dos sexos numa população. Expressa o número de pessoas do sexo masculino para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino. Em 1999, haviam 95,4 homens para cada 100 mulheres no Amazonas. Em 2009, este número passou para 98,5. Portanto, a diferença a maior em favor das mulheres vem diminuindo a cada ano. A justificativa para o aumento de homens, a princípio, não estaria na mortalidade, já que morrem mais homens do que mulheres. Possivelmente uma das razões está no nascimento, já que segundo a pesquisa Estatística do Registro Civil do IBGE, só em 2008 nasceram 2.264 homens a mais em relação às mulheres.

A taxa de urbanização no Amazonas que é a percentagem da população da área urbana em relação à população total; de 2004 a 2009 cresceu 6,5%. O que significa mais de 1% ao ano. Assim, pode-se afirmar que 83,1% da população do Estado já mora nas áreas urbanas, incrementando a cada ano a população das cidades e esvaziando a zona rural.

A taxa bruta de mortalidade, dada a melhoria das condições de vida da população vem caindo gradativamente. Em 1999, morreram 5,3% da população. Já em 2009, este número caiu para 4,45% da população. Não fosse a violência urbana, impulsionada pelos homicídios e acidentes de trânsito, os números da mortalidade seriam menores, haja vista que as condições de saúde da população melhoraram no período.

Em 2004, a taxa de mortalidade infantil era de 28,5% no Amazonas. Em 2009, essa taxa baixou para 24,3%, havendo um ganho no período de 4,2%. Essa taxa reflete as melhorias nas condições de habitação, particularmente o aumento relativo do número de domicílios com saneamento básico adequado e o acesso das mães a programas de pré-natal.

Escolaridade

Na questão da escolarização de sua população, nos últimos seis anos, o Amazonas não evoluiu, pois em 2004, 36,2% da população residente freqüentava a escola, aumentando para 36,6% em 2009, um insignificante aumento de 0,4% em seis anos, na escolarização. Talvez, o grande problema esteja na questão da pré-escola, já que apenas 25% das crianças de 0 a 5 anos freqüentavam estabelecimento de ensino. Outro gargalo da educação amazonense está na faixa etária entre 18 e 24 anos, onde apenas 38% da faixa etária freqüentavam escola em 2009, o que significa que o amazonense que concluiu o ensino médio perdeu o interesse em continuar seus estudos. Mais grave ainda está a faixa etária de 25 anos ou mais de idade, onde apenas 8,7% da população ia a escola.

Quanto ao analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, nos últimos seis anos, o Amazonas baixou de 9% em 2006 para 7% em 2009, com uma taxa melhor que a nível nacional de 9,7%. Embora o analfabetismo funcional ainda atinja 17,8% da população acima de 15 anos, este número também sofreu uma melhora desde 2004, quando havia 22% da população nessa condição.

Economia

O Amazonas possui uma das mais altas médias de moradores por domicílios do país (4,0). Nas cidades esse número aumenta para 4,1 e na zona rural 3,8.

O rendimento domiciliar per capita (por pessoa no domicílio) apresentava a maior freqüência no grupo que possuía renda até meio salário mínimo (31%). Em seguida para o grupo de meio a um salário mínimo (30%). O que significa dizer que 62% dos domicílios amazonenses possuíam rendimento domiciliar per capita entre 0 e 1 salário mínimo. Em 2004, este número era de 58,9%. Dessa forma percebe-se um aumento no contingente de menor renda per capita entre os domicílios.

Quanto a sua condição de ocupação, 78% dos domicílios amazonenses são próprios e 15% alugados. Já a propriedade do terreno em que estão edificados os domicílios, 75% declararam ser próprios, contra 72% em 2004.

Saneamento

Houve avanço também na existência de serviço de abastecimento de água com canalização interna nos domicílios, passando de 77% para 82%. No entanto, praticamente não houve diminuição dos domicílios sem serviço de abastecimento de água por rede geral, estando estagnado na casa dos 18% desde 2004 para o Estado do Amazonas.

A coleta de lixo coletada direta e indiretamente já atinge 98% dos domicílios urbanos amazonenses, e em 2004 esse número era 92%.

Bens

Um percentual de 100% dos domicílios urbanos amazonenses declararam possuir iluminação elétrica, contra 99,5% em 2004. Já o telefone fixo apresentou uma queda de 12% em relação a 2004, o que reflete uma tendência na diminuição do modelo de telefonia nos domicílios.

Por outro lado, o telefone móvel celular estava presente em 81,3% dos domicílios, revelando uma nova vertente na comunicação entre as pessoas. Nos últimos seis anos, a internet praticamente triplicou sua presença nos lares amazonenses, passando de 6% em 2004 para 16% em 2009. Enquanto que o computador passou de 9% para 29% nos lares urbanos amazonenses. TV em cores é outro bem que brevemente alcançará a presença total nos domicílios, já que está presente em 98% deles. Em todos os itens de bens e serviços presentes nos domicílios urbanos amazonenses houve evolução, a única exceção foi para telefone fixo.