Banco de Silvio Santos tem rombo de R$ 2,5 bilhões

Foto: Antônio Cruz/ABr

Do Blog do Josias:

Recebido por Lula há 49 dias, Silvio Santos anuncia rombo bilionário em seu banco

Em comunicado dirigido ao mercado, o banco PanAmericano informou que carrega em sua contabilidade uma cratera de R$ 2,5 bilhões.

No mesmo texto, anotou-se que o rombo foi coberto pelo Grupo Silvio Santos, controlador da casa bancária.

O dinheiro virá de empréstimo obtido junto ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Trata-se de entidade privada. Foi criada em 1995, sob FHC, para “proteger” os titulares de créditos bancários.

Os recursos do FGC vêm dos próprios bancos, que são obrigados a depositar um percentual mensal sobre as respectivas carteiras de crédito que contam com o suporte do fundo.

O socorro ao Panamericano foi autorizado pelo Banco Central. O Grupo Silvio Santos teve de oferecer em garantia um pedaço de seu patrimônio.

A encrenca vem à luz 49 dias depois de um encontro de Silvio Santos com Lula. O mandachuva do SBT foi recebido no Planalto às 11h25 do dia 22 de setembro.

Nessa hora, constava da agenda de Lula um despacho com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Informou-se na ocasião que Lula cancelara a reunião com Meirelles para receber Silvio Santos. Pela versão oficial, o tema da conversa foi o Teleton.

Trata-se de programa veiculado anualmente na rede de TV de Silvio Santos. Visa recolher doações para o tratamento de crianças deficientes.

À saída do Planalto, Silvio Santos declarou que fora a Lula para pedir que fizesse uma doação de R$ 12 mil. Não há notícia da efetivação do donativo.

O repórter apurou que o BC de Meirelles deve abrir uma investigação contra o PanAmericano. Detectaram-se irregularidades na gestão do banco.

Coisas assim: o PanAmericano vendia carteiras de créditos a outras instituições financeiras e se abstinha de dar baixa em sua escrituração.

Significa dizer que tonificava artificialmente seus balanços, mantendo na coluna de ativos os créditos que, passados adiante, já não lhe pertenciam.

Há um ano, em novembro de 2009, a Caixa Econômica Federal adquiriu 35,5% do capital do PanAmericano. Negócio R$ 739,2 milhões.

Curiosamente, antes de fechar a transação, a Caixa havia auditado as contas da casa bancária de Silvio Santos.

ervira-se da assessoria da KPMG e do banco Fator. Não detectaram vestígios das irregularidades que, agora, o BC diz existir nas contas da instituição.

No curso da apuração que deve realizar, o BC terá de responder à seguinte pergunta: a gestão anômala do PanAmericano decorreu de erro ou de má fé?

Para obter o socorro bilionário do FGC, o PanAmericano teve de destituir sua diretoria.

O repórter Leonardo Souza informa que, em ação coordenada com o BC, a Caixa fará uma “intervenção branca” na instituição.