Aumento da tarifa de ônibus é um “equívoco” e empresas precisam se “reinventar”, diz Serafim

O deputado Serafim Corrêa (PSB) criticou a pressão feita por empresários do transporte coletivo para que a Prefeitura de Manaus reajuste o valor da tarifa de ônibus.
Nesta semana, a imprensa destacou a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Lafayette Carneiro Vieira Júnior, que derrubou a liminar do juiz Paulo Fernando de Brito Feitoza, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Crimes contra a Ordem Tributária da Comarca de Manaus, que proibia o reajuste da tarifa de ônibus em Manaus.

“A imprensa de Manaus noticiou recentemente que as empresas do transporte coletivo foram à Justiça para que a prefeitura fique autorizada a aumentar o preço da passagem de ônibus. A prefeitura, por sua vez, veio à imprensa e disse que não vai aumentar a passagem de ônibus. Na minha leitura, as empresas de ônibus estão completamente equivocadas”, explicou Serafim Corrêa.

O parlamentar ainda disse que antes as empresas não tinham a concorrência dos aplicativos de transporte, que oferecem vantagens à população. E alertou que aumentar a passagem não é a solução para resgatar o fluxo de passageiros que as empresas tinham antigamente.

“Antes, as empresas não tinham concorrência. Com o surgimento dos aplicativos, a competição passou a ser diferente e vantajosa para quem usa aplicativos. Por exemplo, se quatro pessoas decidirem ir a um determinado lugar, elas terão que pagar quatro passagens de R$ 3,80. Isso vai dar R$15,20. Mas se essas quatro pessoas chamarem um carro através de um aplicativo, elas vão pagar apenas R$ 8, ou seja, apenas R$ 2 por pessoa, o equivalente a quase metade da tarifa de ônibus. Portanto, não tem chance de dar certo o que as empresas de ônibus estão querendo”, defendeu o deputado.

Para o líder do PSB na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Serafim Corrêa, o aumento da tarifa do transporte público é uma medida equivocada do setor empresarial de transporte.

“Aumentar a passagem não é a solução, porque o faturamento delas não decorre do aumento da passagem, mas de uma multiplicação da passagem pelo número de passageiros. Quando ela aumenta a passagem, diminui o número de passageiros. E aí, ao invés do faturamento delas subir, ele vai diminuir. Por tanto, as empresas de ônibus de Manaus têm que se reinventar. Por esse caminho não vai dar certo”, concluiu.

Texto: Luana Dávila

Foto: Marcelo Araújo