(*) – Marcelo Ramos:
Eu prefiro dar aos meus eleitores o direito de discordar das minhas decisões a esconder deles o que penso. Prefiro o confronto claro e aberto de ideias. Prefiro ganhar a antipatia de uns a perder a confiança e o respeito de todos.
Tenho pavor de político sem opinião, daqueles que se escondem atrás de uma falsa neutralidade, neutralidade essa que sempre serve a alguém.
Conheço alguns políticos que só estão ao lado dos seus partidos e companheiros quando lhes é conveniente do ponto de vista eleitoral. Não é porque políticos desse tipo, as vezes, viram campeões de voto que eu serei igual a eles. Meu eleitor pode até discordar, mas sempre – sempre – saberá o que penso sobre os temas da política.
Na política não me move o rancor e nem o sentimento de vingança. Sou movido pelo espírito público e pelo desejo de ver a redenção da cidade após os 4 desastrosos anos da atual Administração, por isso, não ousaria em ignorar a traição e covardia do PCdoB em 2008 se enxergasse na candidatura Vanessa uma alternativa à esquerda e democrática para a cidade de Manaus. Não é o caso!
A fragilidade programática latente na candidatura Arthur no primeiro turno é parcialmente superada pela assunção de itens importantes do Programa de Governo das candidaturas Serafim e Pauderney – as únicas que, no primeiro turno, optaram por refletir sobre os problemas da cidade e apontar caminhos para as soluções.
Segundo porque do ponto de vista político não é saudável a concentração e hegemonização de poder, mais ainda nas mãos de alguém como Eduardo Braga, figura afeita ao autoritarismo e à truculência, por vezes, contra os seus próprios aliados.
E não me venha com essa conversa de Amazonino. Quem não queria as digitais de Amazonino na Prefeitura de Manaus votou em Serafim 40, como eu.
Foi o povo que decidiu levar ao segundo turno duas candidaturas com as digitais do atual prefeito, a de Artur, apoiada pelo PDT e a de Vanessa com um vice que era Secretário do Amazonino e com duas Secretarias da Prefeitura (Habitação e Trabalho) aparelhadas a favor da sua candidatura.
Minha decisão é individual, partidária, consciente e pública. Obviamente não vincula nenhum dos meus eleitores e amigos que farão escolhas segundo os seus critérios.
Não me daria o direito da omissão num momento tão importante da vida da minha cidade. Sou 40 e lutei com todas as minhas forças para mostrar que esse era o melhor caminho pra Manaus. O povo, na sua sabedoria, escolheu um segundo turno entre Arthur e Vanessa. Portanto, agora sou 40 + 5. Sou 45!
