Adeus, meu avô querido, Carlos Zamith!

AS FOLHAS QUANDO CAEM, NASCEM OUTRAS NO LUGAR

Por Roberto Zamith:

Eis de um certo homem
Que toda manhã acordava para recolher as folhas caídas pelo vento
Vento que soprava para que ele pudesse levantar de sua cama e recolhe-las.

Eis de um certo homem
Que um dia caiu tentando recolher as mangas de uma árvore.
Vento que soprava para que a árvore não tivesse mais mangas e ele nunca mais caísse.

Eis de um certo homem
Que transmitia conselhos, paz e harmonia para todos que lhe rodeavam
Vento que levava e trazia as pessoas para crescer e colorir o jardim

Eis de um certo tempo
Que as folhas caíam, que as mangas caíam, que o jardim morria e a chuva levava
Sem vento tudo ficou monótono, silencioso e vazio.

O vento não retornou mais…

Até que um dia, o homem voltou um pouco diferente
E sentiu no seu rosto a Luz do sol, o canto do pássaro e o velho vento lhe acariciando a pele

Eis que este homem se foi
E agora soprará o vento para que outros possam recolher folhas, mangas e reflorir um novo jardim.

Adeus, meu avô querido, Carlos Zamith!