Por Marcelo Ramos:
Acreditava na vida. Na alegria de ser. Nas coisas do coração. Nas mãos um muito fazer. (Gonzaguinha).
Essa semana experimentei uma rotina diferente com o nascimento da minha filha Marcela no domingo (14.04).
Depois de participar de todo o parto normal acompanhando e ajudando minha linda Juliana, posso dizer que cheguei muito perto da sensação do que é parir e do que é a beleza de colocar uma criança no mundo, dom que Deus concedeu apenas às mulheres.
Passada a alegria suprema de ver nossa bebê, recebemos a notícia de que um risco infeccioso exigia a permanência da Marcelinha por mais alguns dias na maternidade. Um susto pra nós.
Poderia falar dos incômodos de ficar no hospital por tanto tempo. Mas, pensando bem, foi uma oportunidade de recebi de dividir intensamente os primeiros dias de vida da minha filha. Trocar fralda, colocar pra arrotar, fazer dormir, colocar musiquinha pra ela ouvir, acordar de madrugada. Enfim, ser pai.
Houve também os momentos de angústia com os resultados dos exames ou com o choro na hora de tomar o antibiótico, mas tudo é menor que a intensidade de estar com a pureza de um recém-nascido.
Tornei-me um homem melhor por acompanhar o parto da minha esposa, por dividir cada segundo desses primeiros dias de vida da minha filha. Consegui enxergar a esperança e o sentido humano por trás de algo que poderia parecer um sacrifício.
Olho para vida com mais confiança, com mais certeza de que dias melhores virão, com mais força para seguir minha caminhada sem buscar os atalhos do individualismo e da indiferença com o outro.
O que podemos dar para as pessoas que amamos é o amor! E é só isso que elas esperam de nós. Não o amor mesquinho de quem cuida dos seus e ignora os outros, mas o amor de quem percebe que os nossos só podem ser felizes de verdade se construirmos um mundo melhor solidário, fraterno e justo para todos.
Hoje completa exatamente uma semana que moro no hospital. A Marcelinha já está bem, mas ainda ficaremos até terça-feira. Está sendo a semana mais gostosa da minha vida. Seja bem-vinda Marcelinha!