Por Marcelo Ramos:
Minha relação com a Igreja Católica já teve suas crises. Apesar de ter estudado em escola católica e participando ativamente de grupo de jovens, na juventude, passei a questionar minha religiosidade. Primeiro, indignado com os erros da Inquisição e depois ideologicamente envolvido com uma teoria que me fazia negar a religião e até questionar a própria existência de Deus.
O tempo e a maturidade me reaproximaram da minha Igreja. Hoje, respeito a crença de todos, mas posso dizer-me um católico praticante. Que tem fé, que vai a missa e que procura praticar o que Cristo ensinou.
Mas confesso que minha mente inquieta andou novamente incomodada com os rumos da Igreja Católica.
Eis que surge o Chico. Um novo Papa que se apresenta sem as indumentárias de ouro, rindo, falando de forma simples de uma Igreja para os pobres e que escolhe ser chamado de Francisco, numa referência a São Francisco de Assis, justamente o Santo que abriu mão da sua riqueza quando num dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: “Francisco, restaura minha casa decadente“.
Estou renovado na minha fé!
Pronto para ajudar a consolidar uma Igreja que forma o homem para a fé em Deus e no Espírito Santo, mas que também forma nos valores da caridade, da ética e da honestidade. Que dialoga com outras crenças na busca de não fazer dos conflitos religiosos instrumentos de guerra e violência. Que enfrenta suas fraquezas com humildade, perseverança e firmeza. Que ajuda na construção de um mundo de paz e Justiça para todos.
Peço com a Oração de São Francisco: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz”.
Não sei se é falta de respeito chamar o Santo Padre por apelido, se for, peço perdão, mas o que tenho a dizer ao Papa Francisco é: “Tô contigo, Chico!”