Recessão à vista

Diante da queda na arrecadação ocorrida em fevereiro, o Governo Federal antecipou-se e cortou vinte e um bilhões de reais no Orçamento da União. Anunciou a revisão na previsão do crescimento do PIB em 2009. Antes previa 3,5%. Agora ficou em 2%. Esse número é considerado otimista.

Os concursos foram adiados. Os reajustes do funcionalismo previstos para julho não ocorrerão se a arrecadação não reverter a tendência de queda.

Ainda não se pode dizer que o Brasil está numa recessão. Somente no final de abril quando teremos os indicadores do primeiro trimestre é que saberemos. Para que haja recessão, do ponto de vista técnico, é preciso que a queda do PIB ocorra em dois trimestres seguidos. No último trimestre do ano passado, o PIB caiu 3,6%.

O nível de emprego apresentou uma pequena melhora. Após quatro meses com mais demissões do que admissões, em fevereiro a curva se inverteu com um saldo de mais 9.179 admissões. O Estado em maior dificuldades quanto ao desemprego é o Amazonas. Perdemos 30.831 vagas de outubro para cá.

Friamente, pode-se dizer: recessão à vista.

Claro que, enquanto torcida, todos queremos o inverso

4 thoughts on “Recessão à vista

  1. Sarafa, se quiser pode me responder direto no email. Tenho uma dúvida, outro dia ouvi o governador dizer que ia tentar sensibilizar, se é que isso é necessário, o presidente Lula para prorrogar a redução do IPI para o pólo de duas rodas por mais 3 meses. Ora, pelo princípio da anterioridade, ainda que não haja prorrogação, a majoração nesse caso não ensejaria a exigência em 90 dias, i.e, em 3 meses?

  2. Serafim, concordo com você e creio que o Brasil já está experimentando uma recessão, tendo em vista que os indicadores antecedentes do 1º trimestre demonstram queda na atividade industrial, significando menores encomendas por parte dos comerciantes diante do arrefecimento das vendas, principalmente, de produtos com maior valor agregado, que dependem mais de financiamentos, tão escassos atualmente. Mas existe uma grande expectativa em relação à medida tomada pelo FED (Banco Central dos EUA) de usar cerca de 300 bilhões de dólares (papel emitido) para recomprar títulos do Governo Americano com prazos de resgate de, principalmente, 2 e 10 anos. Tal ação deverá derrubar as remunerações de tais títulos (juros de longo prazo pagos para os aplicadores), desestimulando nova procura por eles. Outra destinação será a compra de papéis imobiliários (vinculados a hipotecas), que estão parados. O que se espera é que ocorra um aumento de moeda disponível no mercado americano, de vez que as aplicações em títulos do tesouro de lá, tanto de curto, quanto de longo prazos, estarão apresentando desvantagem financeira. Neste contesxto, seria melhor as instituições financeiras guardarem seu dinheiro debaixo do colchão, do que aplicar em títulos públicos dos EUA. Portanto, deverá haver mais recursos disponíveis no mercado. A pergunta que se faz é para onde irão tais recursos ? Os EUA esperam que para o consumo interno (por meio da volta dos financiamentos ao público), ou talvez irão para aplicação em bolsa, o que daria maior fôlego às empresas cotadas por lá. Entretanto, penso que, em grande parte, estes recursos procurarão maior retorno, sem assumir grandes riscos, opção em que se enquadraria o Brasil, que oferta uma taxa de juros (selic) ainda muito elevada, além de apresentar um potencial de crescimento econômico muito grande, tendo um sistema bancário bem estável. Deveremos, desta forma, assistir a uma desvalorização do dólar no médio prazo em todo o mundo, o que poderá dar um impulso nas exportações americanas, ajudando a melhorar a economia dos EUA progressivamente. Não acho que as famílias americanas terão acesso a estes recursos no curto prazo. Portanto, a crise nos EUA deverá se resolver de fora para dentro, por meio do recrudescimento das exportações daquele país para o resto do mundo. Vamos ver o virá, não é mesmo !

  3. Rodrigo: deve haver algum engano na matéria. Um dos pilares do nosso polo é exatamente o IPI alto. Porque aqui não paga e lá fora paga. O IPI do polo de duas rodas não foi alterado. O de quatro rodas, sim, e é esse que estão querendo prorrogar por mais 90 dias.
    E acho que será.
    Agora o nosso caso é de falta de crédito. enquanto para os carros ampliaram os financiamentos, a revenda de motos ficou a ver navios. Esse é o pleito, inclusive do Senador Artur Neto.
    Obrigado pelo acesso.
    abs.
    Serafim

  4. Sarafa, realmente eu me confundi. Obrigado pela observação. Aproveitando a deixa, o sr. acha que se não tivesse sido extinta no final de 2007, a CPMF com seus mais de R$30 bi de arrecadação, teria feito muita diferença nesses tempos de crise? abs,

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