A precariedade do serviço de segurança pública do Amazonas, foi o tema do discurso do deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), no pequeno expediente, desta terça-feira, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Alem), quando citou matéria de jornal local, onde mostra que dos 722 homicídios cometidos em 2013, em Manaus, mais de 90% foram motivados pela disputa ou acerto de contas, no tráfico de drogas.
Para Ramos, não adianta o governo estadual realizar um investimento de mais de R$1 bilhão em segurança pública e fazer propaganda disso, numa tentativa de demonstrar eficiência, se dados confrontam a real situação.
Na opinião do parlamentar, não há como existir uma política de segurança pública moderna, se a cúpula que dirige a polícia simboliza mentes atrasadas. Disse ainda que os números mostram a absoluta falência da política de segurança pública e enfatizou que a essência do programa “Ronda no Bairro” é bem concebida, mas na execução concebe erros graves. Para ele, existem dois erros que devem ser corrigidos pelo governo estadual para o programa dar certo.
O primeiro, na sua opinião, é que a policia militar não pode dar os passos seguintes no “Ronda”, se não fortalecer o diálogo com a população fazendo com que se torne aliada da polícia. O segundo erro, é achar que polícia comunitária é para combater o crime organizado. “ Isso se combate com serviço de inteligência, o que não existe no sistema de segurança do Amazonas”, avaliou.
Outra situação apontada pelo deputado, é que o governo trata todos os municípios do Amazonas da mesma maneira. “A polícia de Tabatinga, por exemplo, pode agir da mesma polícia que a Parintins. Claro que o policiamento na fronteira é responsabilidade do governo federal, mas o governo estadual pode fazer algo. O tipo de crime que prevalece internamente nos municípios é diferente aos das cidades que não fazem fronteira”, avaliou.
Censo
O censo de 2010 foi citado por Ramos, ao comparar o aumento dos homicídios no Estado. Ele lembrou que em 2010, o Amazonas foi campeão nacional de homicídios, por cada 100 mil habitantes. “Foram trinta homicídios por cada 100 mil habitantes. O que significa o triplo de mortes que acontecem no Afeganistão, que está em guerra. Na política de segurança pública, o governo estadual erra e erra feio e quem sofre com isso, é a população que precisa do aparato de segurança”, concluiu.