Pobre do Haiti

Por Marcelo Serafim

Nas outras semanas os debates em relação à imigração em massa, de haitianos para o Amazonas, tomou as páginas dos jornais, blogs e mídias sociais. Fiquei como observador durante um certo tempo, mas chegou o momento em que devo falar. Esse debate imortalizou a ignorância de intelectuais e letrados, que acham que são capazes de purificar o impuro e santificar o pecador. Não podemos chorar na tragédia e depois desprezar as vítimas delas. O povo haitiano é vitima de uma tragédia sem precedentes na humanidade, nunca um desastre natural tinha matado e vitimado tantas pessoas. Mais de 250.000 pessoas morreram e até os dias de hoje cerca de 1 milhão de pessoas continuam desabrigadas. Por lá, não existe comida, água potável, emprego, renda e as condições mínimas necessárias para que eles possam sobreviver.
Como neto de imigrantes, que no passado ajudaram a construir essa cidade, não poderia deixar de ser favorável à imigração deste povo, obviamente, obedecendo regras básicas para que isso não signifique o sacrifício de nossa gente.
Temos que estender as nossas mãos a cada um deles, inclusive o nosso governador, que assim como eu nasceu em família de imigrantes e tem que dar sua parcela de contribuição e parar de dar declarações infelizes. O governo da presidente Dilma tem que parar de fazer política externa embasado no sacrifício dos brasileiros humildes e colocar a mão no bolso para oferecer ao Amazonas o suporte necessário neste momento.
Infelizmente, a política de imigração de nosso governo é um desastre, nossa presidente vai ao Haiti, fala que o Brasil está de portas abertas e que os haitianos serão bem-vindos, no entanto, oferece R$ 117,00 por imigrante para que o Governo do Amazonas possa oferecer a eles toda a infra-estrutura de nosso Estado. Com isso, não concordo. Chegou a hora das autoridades debaterem com clareza e transparência esse problema. Sou favorável à imigração com regras, com ajuda do governo federal e sem o sacrifício do povo amazonense.

(*) Marcelo Serafim é farmacêutico e presidente do PSB-AM.