O lixo

Por Marcelo Ramos

O Amazonas vive hoje as consequências da total ausência de uma política de resíduos sólidos. O tratamento inadequado do lixo é responsável por sérios prejuízos na nossa economia que vão desde gastos elevados em saúde pública até a inviabilização de atividades produtivas (piscicultura, por exemplo), passando pelo fechamento de aeroportos, como o de Parintins, desautorizado para pousos e decolagens durante o dia por conta dos urubus na área da lixeira da cidade.

Dos 62 municípios do Amazonas, apenas Carauari tem um aterro sanitário licenciado e Manaus tem um que não funciona em condições ideais. Os outros 60 municípios despejam todo o seu lixo, inclusive o hospitalar, em lixões.

A política nacional de resíduos sólidos estabeleceu diretrizes que passam por: diminuir a quantidade de lixo produzido, reciclar e reutilizar tudo que for possível e dá tratamento adequado ao que sobra.

Para tanto, é necessário que os municípios estabeleçam campanhas educativas que orientem o cidadão, estimulem cooperativas de catadores e de reciclagem e construam aterros sanitários.

Acontece que, na vida real, a maioria dos municípios do Amazonas não tem corpo técnico para elaborar os programas de educação ambiental e nem para prestar a devida assistência técnica e operacional para as cooperativas, além de não terem recursos financeiros disponíveis para construir seus aterros.

Para superar esse quadro de atraso e falta de responsabilidade, apresentarei amanhã na ALE/AM Projeto de Lei com o objetivo de estabelecer como obrigação da SDSa formação de um corpo técnico de apoio para os municípios do interior e de dispor de 30% dos recursos do FTI (Fundo de Desenvolvimento do Interior) para a construção e manutenção de aterros sanitários.

Lixo hoje no Amazonas é sinônimo de doença, misérias e desastre ambiental, chegou a hora de passar a ser sinônimo de educação, geração de emprego e renda e resgaste de ambientes saudáveis para o nosso povo.