Manaus– “Faltam-me palavras para agradecer. Agora tive ainda mais certeza de que colhemos o que plantamos”. A declaração é do professor de Educação Física Cláudio Henrique da Silva, de 41 anos, que perdeu a carteira com R$ 2 mil, na tarde desta segunda-feira, e a recuperou após a professora de Matemática Maria Leonilda de França, 45, ter encontrado e devolvido a ele.
Claudio perdeu a carteira na Avenida Carvalho Leal, no bairro Praça 14, zona centro-sul de Manaus.
“Eu estava apressado para ir ao banco porque precisava quitar a faculdade e resolvi ir de mototáxi. Por conta dos buracos na rua, a carteira acabou caindo e eu não percebi”, contou.
A professora, que estava saindo de um restaurante com a filha de 8 anos, percebeu que o homem tinha deixado a carteira cair, parou o carro e pegou o objeto.
“Eu ainda tentei alcançar a moto, mas não consegui. Foi quando resolvi abrir a carteira e vi que tinha muito dinheiro. Entre os documentos, achei um comprovante de recarga de celular. Mesmo com meus créditos acabando, liguei para ele para falar que tinha encontrado a carteira”, contou Maria.
O professor de Educação Física disse que ainda voltou pelo caminho percorrido por ele, na esperança de encontrar a carteira, quando recebeu a ligação de Leonilda. Os dois marcaram de se encontrar no 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde a professora devolveu a carteira.
O delegado titular do 3º DIP, Abrahão Serruya, ficou surpreso com o gesto de honestidade da professora.
“Em tantos anos duros de polícia, presenciar uma ação dessa é realmente emocionante e interessante do ponto de vista humano”, declarou.
O professor mora em Manaus há cinco anos e voltará para sua cidade natal, Rio de Janeiro, na quarta-feira, para reencontrar a mulher e o filho.
“Me formei neste semestre e precisava quitar essa dívida para receber meu diploma”, comentou.
O professor trabalha no projeto social ‘Atletas de Cristo’, onde dá aulas de futebol para crianças carentes. Maria Leonilda leciona Matemática há 25 anos na Escola Estadual Tiradentes, em Petrópolis, zona sul.
“Não fiz nada além da minha obrigação, que foi ser honesta e gentil com este rapaz”, finalizou a professora.
