Morre Flaviano Limongi

Do Bau Velho, de Carlos Zamith:

Faleceu na tarde deste sábado (13), ás 15 horas, o desportista Flaviano Limongi, uma das figuras mais importantes do esporte amazonense e brasileiro. Com isto, o Amazonas está de luto por essa perda irreparável. Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo(UTI) do Hospital Beneficente Portuguesa, no Centro de Manaus. O velório será no salão nobre da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, a partir das 21 horas, e o sepultamento neste domingo, no cemitério São João Batista.

Flaviano Limongi, que na mocidade foi goleiro (foto) do Tijuca e chegou a jogar nas Seleções do Amazonas contra o Pará, em 1944 e 1946. Estaria completando 87 anos no próximo 4 de maio.

Muito jovem ainda, Limongi deixou o Futebol como jogador, mas ficou sempre ligado a ele. Praticava também o basquetebol e o voleibol, outras especialidades do Tijuca.

Tornou-se cronista esportivo de A Critica, narrador de futebol da Rádio Difusora do Amazonas, onde também comandou programa de auditório (Na Casa do Zebedeu) na mesma Rádio Difusora e foi com ele, como repórter de campo que a Rádio Rio Mar em 1955, lançou pela primeira vez nos nossos campos de futebol, por ocasião de um jogo Nacional x Princesa Isabel, o microfone sem fio, que levava o nome de hand-toc, aparelho montado aqui mesmo pelo saudoso José Lima Mendes, também técnico da emissora. Era deficiente, sem boa audição por excesso de ruídos, todavia uma novidade e chegou até a merecer registro na imprensa.

Sempre envolvido no esporte, tomando a frente de grandes e arrojadas promoções, principalmente nas temporadas interestaduais para ajudar este ou aquele clube, foi encarregado pelos clubes para fundar a Federação Amazonense de Futebol, desvinculado da FADA o futebol. Uma luta árdua que durou meses, mas venceu. A FAF promoveu uma acentuada reviravolta no futebol.

O público voltou aos campos, às arrecadações cresceram, os clubes passaram a importar jogadores. Os estádios Parque e Colina, mesmo com todos os melhoramentos feitos pela entidade eram pequenos para tanta gente. O “Vivaldo Lima” seria a salvação e lá foi o Limongi conversar diariamente, com os governantes desta cidade para acelerar a construção do então Tartarugão, recebendo o maior apoio do governador Danilo Areosa.

Limongi, aposentado como juiz, diplomou-se em Direito pela nossa Faculdade, em 1950 e teve como companheiros, dentre outros, Aristófanes Castro, Hiram Caminha, Inez Vasconcelos Dias, Jerônimo Raposo da Câmara, Neyde Vasconcelos e Carlos Bandeira de Araújo.