MOBILIDADE URBANA: Quem é Quem no Transporte Urbano

Transcrito do blog do Claudemir Andrade:

O Brasil vai sediar em 2014 e 2016, respectivamente, a Copa do Mundo de Futebol da FIFA e as Olimpíadas. E uma das exigências, entre várias, feitas pelos promotores dos eventos é a melhoria da Mobilidade Urbana nas cidades que serão palcos dos eventos. Há previsão de investimentos para os próximos anos algo próximo a R$ 30 Bilhões. É um valor bastante expressivo, mas que precisa ser utilizado após um bom planejamento, uma vez que o atraso na infraestrutura de mobilidade urbana no Brasil é comum e presente nas principais cidades.

Cada cidade escolhida para sediar os eventos já está com as suas equipes em campo, todas elaborando estudos e projetos para escolher a melhor modalidade de transporte urbano para as suas cidades, dentro de suas características territoriais e situações econômicas para garantir seus empréstimos.

O Sindicato da Arquitetura e da Engenharia – SINAENCO, em seu Informativo 074, fez uma publicação no qual apresenta as principais características dos modais de transporte urbano aplicáveis às cidades de médio e grande porte, no qual compartilho na postagem abaixo.

Bus Rapid Transit (BRT)

Modelo de transporte que utiliza veículos sobre pneus, articulados ou biarticulados, que trafegam em canaletas específicas ou em vias elevadas. O sistema prevê a compra de bilhetes nas estações, rampas, escadas-rolantes e plataformas para reduzir o tempo de embarque e desembarque. No Brasil, o primeiro sistema de corredores de ônibus foi implantado em 1979, em Curitiba, hoje uma referência mundial.

  • 2 a 20 mil passageiros por hora por sentido.
  • 20 km/h a 30 km/h.
  • R$ 17 milhões a R$ 26 milhões por km construído.

Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

Sistema de veículos articulados que trafegam sobre trilhos metálicos instalados nas ruas ou em faixas específicas. Trata-se de uma versão contemporânea dos antigos bondes. Pode ser alimentado por via elétrica ou funcionar com veículos a diesel. No Brasil, o VLT do Cariri, que liga Juazeiro a Crato, no Ceará, é o mais novo sistema do país, com 13,6 km de extensão.

  • 10 a 45 mil passageiros por hora por sentido.
  • 20 km/h a 30 km/h.
  • R$ 62 milhões a R$ 79 milhões por km construído.

Monotrilho

Sistema de média capacidade que trafega em pista elevada. É suportado por um trilho único, que pode estar localizado acima ou abaixo do compartimento de passageiros. Assim, os carros viajam ‘pendurados’ ou ‘encaixados’ em trilhos de concreto ou aço, que também fornecem a força motriz, em geral elétrica. Uma desvantagem é a interferência provocada pelas estruturas elevadas em meio à malha urbana.

  • 4 a 10 mil passageiros por hora por sentido.
  • 20 Km/h a 30 Km/h.
  • R$ 70 a 130 milhões por Km construído.

Metrô

Linha férrea que circula em túneis elevados ou mesmo sobre a superfície sem interferência no trânsito local. São elétricos, possuem sistemas e controle que permitem a circulação dos trens com intervalos mínimos de tempo e podem ser integrados a outros sistemas de transporte. O metrô mais antigo é o de Londres, iniciado em 1863. Os de Nova York e Buenos Aires foram construídos nos primeiros anos do século 20.

  • 60 mil a 80 mil passageiros por hora por sentido.
  • 30 Km/h a 40 km/h.
  • R$ 100 milhões a R$ 300 milhões por km construído

Trens Urbanos

Os antigos sistemas de trens de subúrbio foram modernizados. Receberam carros e sistemas de controle mais eficazes, permitindo intervalos menores entre trens. Algumas capitais de estados brasileiros estão trabalhando para transformar seus trens urbanos em metrôs de alta capacidade, para atendimento a regiões metropolitanas. A diferença com os metrôs é a maior distância entre estações e sua abrangência, que geralmente envolve cidades vizinhas.

  • Até 60 mil por hora por sentido.
  • 30 Km/h a 50 Km/h.
  • R$ 60 milhões a R$ 100 milhões por Km construído.

Outros sistemas

Ciclovias, escadas e passarelas rodantes, elevadores, funiculares e teleféricos também podem ser integrados às redes de transportes urbanos. Um exemplo antigo é o Elevador Lacerda, em Salvador. Um mais moderno é o Elevador do Cantagalo no Rio, recentemente inaugurado. O Rio também inovou ao instalar uma linha de teleférico no Complexo do Alemão, para interligar várias favelas da cidade. A linha foi inspirada no Metrocable, implantando em Medelín na Colômbia.

FONTE: SINAENCO

FOTOS: INTERNET