Ministra Cármen Lúcia é eleita presidente do TSE

De O GLOBO.COM:

BRASÍLIA – A primeira mulher a ocupar a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi eleita nesta terça-feira pelos ministros da Corte: A ministra Cármen Lúcia será a presidente da Corte e Marco Aurélio Mello foi eleito para vice-presidente. A posse ocorrerá até o final de abril, e ela comandará as eleições municipais de outubro. A ministra deverá presidir o tribunal por dois anos.

A votação foi apenas uma formalidade, porque o TSE respeita a ordem de antiguidade dos ministros na escolha do presidente.

– Agradeço a confiança dos colegas e me comprometo a empenhar esse cargo com honestidade e absoluta dedicação – disse a ministra após a eleição.

Cármen aproveitou para lembrar que, em fevereiro, foram comemorados os 80 anos do voto feminino no Brasil:

– Hoje somos quase 52% do eleitorado brasileiro, embora os cargos de representação sejam muito pouco exercidos por mulheres. O quadro da cidadania mudou e a participação das mulheres mudou. Nós todos, brasileiros e brasileiras, queremos construir juntos um Brasil verdadeiramente democrático, com garantia ao respeito aos direitos humanos – afirmou.

Cármen formou-se na Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em 1977. Concluiu o mestrado em Direito Constitucional na Universidade Federal de Minas Gerais em 1982. Foi advogada, procuradora do Estado de Minas Gerais e professora da mesma instituição onde fez a graduação. Tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2006, nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Integra o plenário do TSE desde novembro de 2011.

Solteira, prestes a completar 56 anos e natural de Montes Claros, em Minas Gerais, a ministra é discreta e evita declarações em público e entrevistas. No STF, costuma defender os direitos humanos e as minorias. Em direito penal, é rigorosa: costuma votar pela abertura de ação penal, mesmo que não haja indícios fortes de participação do acusado. No mês passado, votou a favor da validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições deste ano.