Marcelo Ramos analisa o resultado do Índice de Desenvolvimento Humano no Amazonas

Após a publicação do resultado do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), com base nos dados do Censo 2010, o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB) avaliou que o efeito no Amazonas não são animadores, pois o Estado caiu quatro posições no período de 1991 a 2010, ficando atrás do Amapá, Roraima e Rondônia, muitos mais pobres.

Na opinião de Ramos, é necessário que haja uma reflexão profunda sobre essa situação e questiona como o Amazonas fica entre os mais ricos do país, e na outra ponta ter uma população empobrecida. “Como pode o estado ter enriquecido no índice de riqueza e ao mesmo tempo  torna precários os serviços essenciais à população, que fica cada vez mais pobre”, analisou.

Para o deputado, os resultados do IDH refletem as políticas equivocadas que os governantes escolheram para o Estado nos últimos anos, porém sugere que a análise não pode ser tão simplista. Segundo ele, a responsabilidade poderia recair apenas sobre os últimos governadores: em 22 anos, apenas quatro homens (todos do mesmo grupo político) governaram o Amazonas: Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes, Eduardo Braga e Omar Aziz. “Até acho que eles têm uma parcela maior de culpa porque em suas mãos estiveram as decisões sobre a execução dos recursos do orçamento esses anos. Mas é preciso dividir a responsabilidade com uma classe política pouco comprometida intelectual e politicamente com as questões relacionadas ao desenvolvimento estratégico do nosso Amazonas; um empresariado mais preocupado com seus ganhos imediatos e com suas relações com o poder, do que com a cobrança da infraestrutura necessária para viabilizar e tornar competitiva a atividade econômica no Amazonas, além de uma população pouco envolvida no debate político sobre o futuro do Estado”, constatou.

Segundo o parlamentar, chega-se em 2013 com uma receita que fechará acima de R$ 14 bilhões de reais; uma Arena que custará mais de R$ 600 milhões e uma ponte que custou mais de R$1 bilhão, entretanto Ramos  também avalia que o Amazonas não tem um porto decente; não tem ligação rodoviária com o resto do país; além de ter um sistema de telecomunicações (telefonia e internet) precário e com um sistema energético ainda deficiente. “Como consequências desses equívocos, temos uma economia absolutamente dependente da Zona Franca de Manaus e uma índice de concentração de renda alarmante”, disse.

Ramos finalizou dizendo que os deputados têm o dever de provocar a mudança de rumos e devem protagonizar a busca por novas alternativas econômicas de geração de emprego e renda para a região: assim como  na criação da infraestrutura necessária para inserir o Polo Industrial de Manaus (PIM) no mercado globalizados para haver o enfrentamento do que ele chamou de absurda e criminosa concentração de renda.

  “Temos o dever de criar os alicerces para a construção de um novo tempo. Os debates sobre o futuro econômico e social do Amazonas não podem ser movidos apenas pelos ataques à Zona Franca. Ou assumimos esse desafio, ou passaremos para a história como todos que de 1991 pra cá, com o seu conluio ou com a sua omissão, permitiram a precarização das condições de vida do povo amazonense”, concluiu.