Kassab “vermelho”

Favorável à aliança paulista com o PSD de Kassab, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, se referiu ao pronunciamento de Falcão como “um discurso bambolê”:

— A aliança com o PSD em São Paulo será extremamente importante, pois estaremos trazendo para o nosso lado um partido que era comprometido com o PSDB — afirmou Marinho.

Falcão se recusou a dar opinião sobre eventual aliança entre PT e PSD em São Paulo, afirmando que a decisão será tomada no dia 2 de junho. E justificou o convite a Kassab:

— Nós fizemos um convite a todos os partidos políticos, então, se ele (Kassab) está vindo….

Sem esconder a surpresa com a presença de Kassab, a ex-ministra Iriny Lopes (PT-ES) foi embora antes da chegada da presidente Dilma.

— Não vou poder ficar, mas vamos ver o que vai acontecer — disse Iriny, antevendo reação negativa da plateia.

Já o ex-ministro José Dirceu, um dos mais festejados pela militância, considerou a presença de Kassab um bom sinal para negociações na capital paulista. Beneficiário de eventual aliança com o PSD, Haddad mostrou surpresa:

— Ah, ele (Kassab) está aqui? É bem-vindo.

O acordo com Kassab, de acordo com interlocutores de Lula, incluiria a abertura de espaço na Esplanada dos Ministérios para o PSD, criando um caminho para que o governo não dependa tanto do PMDB. Mas a operação divide os petistas.

— Somos críticos ao projeto de governo de Kassab. A aliança é para fortalecer e não confundir nossa base — criticou o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), ex-presidente do partido.

— Não podemos nos dar ao luxo de recusar apoios — rebateu o novo líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP).

Diante da possibilidade de Marta não participar da campanha em São Paulo, Falcão afirmou:

— Essa avaliação da participação dela, do momento, das condições, ela é que tem que fazer.

Outro aliado dos governos petistas ganhou destaque no encontro: o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e a sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), foram criticados em panfletos distribuídos pelo deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), adversário ferrenho dos Sarney no Maranhão.

O PMDB, principal aliado do governo Dilma, estava representado pelo deputado Mauro Benevides, do Ceará. O vice-presidente Michel Temer e outros líderes não foram.