Em estado grave, Gilson Dipp está na UTI do Hospital Albert Einstein

Do CONJUR por Rodrigo Haidar :

O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça, está internado na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado crítico de saúde decorrente de complicações respiratórias. Dipp foi internado no dia 22 de setembro no hospital das Forças Armadas, em Brasília, e depois foi transferido para a capital paulista por conta do agravamento de seu quadro.

Dipp foi diagnosticado com pneumonia dupla e exames revelaram um coágulo no pulmão. Na noite de quinta-feira (4/10), o ministro teve problemas intestinais. Hoje, seu quadro é de septicemia — infecção generalizada. De acordo com pessoas próximas, Gilson Dipp teve uma “melhora substantiva” da noite de quinta para esta sexta-feira (5/10), mas seu estado de saúde ainda é grave e demanda cuidados intensivos. Boletim de saúde do ministro enviado pelo hospital Albert Einstein informou que seu estado de saúde é estável.

Gilson Dipp vinha de um ritmo alucinante de trabalho. Antes de assumir a vice-presidência do STJ, acumulava o trabalho na 5ª Turma do tribunal com o de ministro do Tribunal Superior Eleitoral, a presidência da Comissão de Reforma do Código Penal do Senado e, recentemente, foi indicado pelo governo federal para compor a Comissão da Verdade. Havia deixado a vice-diretoria da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) há poucos meses.

Ele criou as varas especializadas de combate a crimes financeiros. Seu papel em Brasília tem sido o de articular eventos e discussões para o combate ao crime organizado. Como corregedor-geral do STJ e depois do CNJ, fez um trabalho discreto, mas efetivo de fiscalização sobre os Tribunais de Justiça. No que pese sua ação implacável, sempre evitou levar suas intervenções à imprensa para não vitimizar os investigados nem comprometer a confiança da população no Judiciário.

Em maio, o ministro concedeu entrevista à revista Consultor Jurídico sobre as mudanças previstas no anteprojeto de reforma do Código Penal. Na entrevista, ele lembrou que a comissão se reunia duas vezes por semana. O anteprojeto foi entregue ao Senado em tempo recorde.

Rodrigo Haidar é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.