Elias vai ao MPE contra cauçăo milionária

Líder da oposição na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Elias Emanuel (PSB) ingressou na manhã de hoje (12) com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) contra o edital de licitação da Prefeitura de Manaus para o serviço de transporte executivo na capital. A iniciativa foi ratificada pela Federação das Cooperativas do Transporte Coletivo de Manaus, cuja ação teve assessoria jurídica do advogado da entidade, Ricardo Gomes.

Em companhia do presidente da Federação, Equias Sobrinho, o vereador aponta diversas falhas no texto do edital, com destaque para o valor da caução cobrada pela prefeitura a cada uma das cooperativas que vierem a disputar o processo: R$ 1, 012 milhão. “As cooperativas não tem como arcar com esses valores. Se essa licitação acontecer, vamos ficar de fora do sistema”, alertou Equias.

A licitação, lançada pelo Poder Público Municipal no dia 23 de dezembro de 2011, está marcada para acontecer no próximo dia 14 de fevereiro e é aberta à cooperativas de todo o Brasil. A caução exigida pela prefeitura tem que ser depositada na conta municipal de forma a garantir a participação das interessadas no processo licitatório.

Para Elias, essa iniciativa da prefeitura deixa claro que o prefeito não prioriza as pequenas empresas e o que pode gerar uma verdadeira falência dos microempresários do setor. Ele lembra que na licitação das grandes empresas para explorar o transporte coletivo regular da cidade, ocorrida ano passado, a caução exigida pela prefeitura foi de R$ 600 mil.

Atualmente, rodam no sistema 260 microônibus executivos divididos em 18 cooperativas. Com a licitação, esse número vai ser reduzido para 80 ônibus de seis cooperativas. “Uma redução de dois terços da frota, além de restringir o direito de ir e vir dos usuários do sistema”, disse o advogado Ricardo Gomes.
Além da caução “milionária”, o advogado aponta outras falhas como a exigência de que cada cooperativa tenha imóvel próprio com espaço de 40 metros quadrados e o habite-se, além de os motoristas dos microônibus terem uma experiência mínima de 10 anos de atuação.

A Federação possui ainda outra ação judicial contra a prefeitura, que corre na Vara da Fazenda Pública Municipal, ingressada em 2011, pedindo a anulação de um decreto municipal em que veta a gratuidade dos idosos dentro dos microônibus executivos.

Equias Sobrinho deixou claro que a Federação não é contra a licitação, uma vez que ela está amparada por lei municipal de 2009, quando foi criado e regulamentado o serviço de transporte executivo na cidade. “Mas somos contra a forma que a prefeitura quer fazer”, salientou.