Eduardo Campos diz que PSB tem até junho para decidir apoio em SP.

De OGLOBO. COM:

SÃO PAULO – O presidente nacional do PSB, Eduardo Campos (PSB-PE), disse que o seu partido tem até junho para escolher quem apoiará nas eleições municipais de São Paulo e que não precisa tomar a decisão agora. Questionado sobre se assumiu com a presidente da República, Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um compromisso de apoiar o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, Campos afirmou que seu compromisso é com o PSB e que não há nenhuma decisão preestabelecida sobre apoio em nenhum município do país.

O apoio do PSB está sendo disputado por petistas e tucanos. O presidente do diretório estadual do PSB em São Paulo, Márcio França, é secretário estadual de Turismo do governador tucano Geraldo Alckmin e já disse que a tendência do diretório estadual é apoiar a candidatura de José Serra (PSDB-SP). Mas o presidente nacional do PSB é aliado da presidente Dilma.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD-SP), que apoia Serra, teve vários encontros com Campos nas últimas horas. Eles jantaram juntos na noite de domingo, estiveram juntos nesta manhã em palestra do governador de Pernambuco na Associação Comercial de São Paulo e almoçam juntos nesta segunda-feira.

Em coletiva de imprensa nesta segunda, Kassab negou que tenha prometido uma secretaria a um integrante do PSB para tentar atrair o apoio do partido de Eduardo Campos para Serra, mas disse que deseja a aliança.

– Torço para que possamos estar juntos – disse Kassab.

Segundo Eduardo Campos, o PSB está apenas começando as conversas sobre quem apoiará em São Paulo.

– Esse debate é feito no município, passa pela direção estadual, e é alinhado à direção nacional do PSB. Esse processo não se conclui antes de junho. Vai ser natural que alguns defendam uma posição e outros defendam outra. Já tivemos isso no passado – disse Campos.

De acordo com o presidente nacional do PSB, o apoio em São Paulo será discutido no município, pela bancada da legenda na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional e também por outros municípios. Ele negou que a direção nacional é que decidirá a questão, que segundo, ele “não é simples nem singela”.

– Ninguém vai impor a ninguém uma posição. Essa discussão tem que ser pactuada dentro do partido – afirmou Campos.

O presidente nacional do PSB lembrou do apoio que deu a Dilma e a outros candidatos petistas, mas também do fato de o PSB já ter disputado eleições contra o PT.

– O meu compromisso é com o PSB, é conduzir bem o PSB. Tenho relação com a presidente Dilma de grande estima e respeito, ajudei na eleição dela, sou da base de sustentação dela, mas nunca trocamos posições eleitorais por circunstâncias políticas na base de apoio – disse. – Não temos nenhuma decisão preestabelecida em relação a município nenhum no Brasil, muito menos em relação a São Paulo – completou Eduardo Campos.

O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco deu palestra na Associação Comercial de São Paulo nesta segunda-feira sobre avanços de seu governo. Ele disse que havia agendado uma visita ao ex-presidente Lula para esta tarde, mas afirmou que, como o petista está internado, reagendará o encontro.

Haddad diz que aliança com PSB em SP é muito importante para o PT

O pré-candidato do PT, Fernando Haddad, afirmou que o apoio do PSB em São Paulo é muito importante, não apenas por ser um dos partidos da base aliada do governo federal mas por não ter candidatura própria na cidade.

– Sempre manifestamos intenção de nos coligar com os partidos da base aliada do governo Dilma, com mais intensidade com os partidos que não têm candidato próprio, que é o caso do PR e do PSB. Para nós é uma aliança muito importante pelo que ela representa, pelo simbólico, sobretudo pelo que ela sinaliza para o futuro da cidade e do país.

Haddad afirmou que conversou por telefone com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), por telefone, para trocar informações sobre o quadro político na capital paulista.

– Ele não falou em facilidade ou dificuldade, me falou sobre o quadro local. Obviamente que sei a opinião dele, mas ele não me antecipou os movimentos que faria – disse o pré-candidato petista, lembrando que o Ministério da Educação, durante o período em que foi ministro foi grande aliado de Pernambuco e que mantém relações cordiais com o governador.

Sobre a movimentação do prefeito Gilberto Kassab, que chegou a sinalizar um acordo com o PT para as eleições em São Paulo e agora estaria trabalhando para atrair o apoio do PSB ao pré-candidato tucano José Serra, Haddad afirmou que o PT precisa ter calma para aguardar as discussões internas de cada partido.