Desembargador Yêdo garante que vai provar sua inocência

Yêdo Simões
Yêdo Simões

Do site do Tribunal de Justiça do Amazonas:

Desembargador Yêdo garante que vai provar sua inocência

Desembargador acredita em perseguição e lembra que seria o próximo vice-presidente do TJAM, enquanto seu irmão, o juiz Elci é um forte candidato a ser promovido a desembargador
Afastados de suas funções por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o desembargador Yêdo Simões e seu irmão, o juiz de Direito Elci Simões, garantiram na manhã desta quinta-feira (20 de agosto de 2009) que vão ser absolvidos logo que o CNJ tomar conhecimento de sua defesa. Yêdo reuniu a imprensa em seu gabinete e, numa entrevista de quase uma hora, disse que em 30 anos de carreira, nunca havia recebido sequer uma representação. E atribuiu o que vem passando a pessoas que tentam interromper sua carreira, haja vista que seria o próximo vice-presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e seu irmão é um forte candidato por antiguidade ou merecimento a chegar ao cargo de desembargador.

No final da entrevista, Elci divulgou um manifesto escrito em 2008, logo depois da Operação Vorax, onde defende-se das acusações e culpa os erros de investigação a “policiais federais inexperientes” (veja texto completo). Yêdo disse que não conhece o ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, e assegurou que condenou o prefeito em todos os processos referentes à prefeitura. Num deles, o próprio prefeito teve que pagar a multa, e não o município.

Antes de começar a entrevista, Elci disse que deve uma satisfação à sociedade, seus amigos, família, filhos e a todas aquelas pessoa que o acompanharam em seus 30 anos de carreira.

– Quero dizer que eu nunca fui questionado e nunca recebi uma representação nos últimos 30 anos. Mas, nos últimos seis meses passaram a surgir representações contra mim por excesso de prazo por pessoas insatisfeitas E redundou agora nesse tipo de processo, no afastamento das minhas funções – disse Yêdo.

O desembargador fez questão de dizer que mantém o respeito pelo Conselho Nacional de Justiça. “Tenho consciência que o Conselho é isento e tenho plena certeza que quando o CNJ tomar conhecimento da minha defesa eu serei absolvido. Até porque não cometi nenhum ato que possa envergonhar a mim, a minha família e a meus amigos”.

Depois de tomar conhecimento da decisão do CNJ, o desembargador resolveu contratar um advogado para acompanhar o processo em Brasília. Na primeira fase ele não contratou nenhum profissional, porque tinha certeza que seria excluído do processo.

– O relatorio do CNJ está limitado a um questão. A de que eu teria recebido benesses da prefeitura de Coari, ganhando ingressos e camisetas pra assistir ao desfile da escola de samba Grande Rio. Mas, nesse processo também está escrito que eu nunca pedi um favor a nenhuma dessas pessoas até porque não as conheço – garantiu Yêdo.

O desembargador Yêdo Simões disse ainda não acreditar que está sendo perseguido pelo CNJ e fez questão de frisar novamente que em 30 anos de carreira jamais teve algo que atestasse contra sua conduta na magistratura. “Na minha defesa, mostro tecnicamente que eu e meu irmão somos inocentes.. São apenas ilações conjecturas, coisas levantadas a esmo. Mas que precisam ser revistas porque essa é minha vida. Paralisaram a nossa carreira, já que eu ocuparia o cargo de vice-presidente do tribunal a partir de setembro, porque pela ordem sucessória, eu sou um dos mais antigos, e meu irmão é forte candidato a desembargador e não mais poderá disputar, devido a esses acontecimentos”, afirmou.

O magistrado pediu ainda à mídia local que reveja o que foi publicado sobre as gravações da Operação Vorax, realizada pela Polícia Federal em Coari.

Segundo ele, as gravações divulgadas – o que caracterizou quebra de sigilo no processo – não contem nenhuma palavra do desembargador. ” Inclusive, foi quebrado o sigilo deste processo e a fita que está sendo divulgada, inclusive nos blogs, não tem uma declaração minha. Procurem lá e verifiquem se tem algum telefonema meu, alguma palavra minha pedindo ou exigindo alguma coisa”, disse o desembargador, lembrando que a única coisa que há no processo é uma ligação do senhor Júnior Fernandes solicitando ingressos em seu nome para o carnaval do Rio de Janeiro de 2009, em que a escola de samba Grande Rio apresentou enredo homenageando o município de Coari.

“A única coisa que me liga no processo é um telefonema do doutor Júnior Fernandes em que ele pede convites em meu nome. Mas ele deu uma declaração que está nos autos do processo, dizendo que nunca pedi esses convites para ele. E que ele foi enganado por outra pessoa, o senhor José Aureolino, que é testemunha nesse processo. Ele usou indevidamente o meu nome o do meu irmão”, acrescentou, confirmando que esteve, sim, no carnaval do Rio, mas a convite do juiz Carlos Queiroz.

“Participei, sim, do carnaval. Fui convidado pelo doutor Carlos Queiroz. E fui, até porque eu ia todo ano. Eu fui em outros anos. Fui convidado porque o doutor Carlos Queiroz é compadre de um carnavalesco da escola”, afirmou.

O desembargador defendeu-se também dizendo que nunca deu decisão favorável ao ex-prefeito de Coari e disse que sempre decidiu contra Adail Pinheiro.

“O que tem nesse processo, sim, é que eu nunca dei nenhuma decisão favorável ao prefeito passado de Coari. Eu não o conheço, só de vista, porque ele eh um político. Todas as minhas decisões foram contrarias a ele. Em nenhum momento beneficiei essas pessoas. Naturalmente que surgiram nesse processo, insinuações malévolas ditas por terceiros das quais eu não participei”, afirmou.

No fim da coletiva, o desembargador disse acreditar que logo que o CNJ tomar conhecimento dos fatos, será absolvido. “Acredito piamente que eu e meu irmão seremos absolvidos quando todos conselheiros tomarem conhecimento do que está acontecendo. Até porque nunca fomos ao CNJ, pois acreditávamos na absolvição. Assim que todos os conselheiros do CNJ tomarem conhecimento, acredito que seremos absolvidos”, encerrou.

UM PEQUENO MANIFESTO CONTRA UMA GRANDE INJUSTIÇA

Tivemos notícias que a Policia Federal através de delegados recém egressos de concurso público, portanto sem experiência e vivência na vida policial, fundamentando-se em meras conjecturas e suposições e não em fatos concretos, e como tal ilegais, vem envolvendo o nome de pessoas de bem nessas suposições descabidas. Também não se contentam em deter os eventuais criminosos, mas, fazem questão de envolver e supor que autoridades constituídas estariam mancomunadas com criminosos, a demonstrarem despreparo para nobre função policial, baseando-se exclusivamente em ilações, presunções e conclusões por demais maliciosas e de flagrante má-fé.

Desconhecem, igualmente, a história dos homens de bem de nossa terra e, aos envolvê-los, esses servidores federais causam um grande mal a sociedade. Convocamos os cidadãos de bem de nossa terra para fazermos um movimento Pacífico contra esses maus policiais, primeiramente identificando-os, para depois, constatadas que são injustas e temerárias as acusações quem vem produzindo, processá-los na forma da lei, pois eles que são os verdadeiros criminosos da honra alheia.

Os homens que tem tradição, que tem honra, que tem criação, que não se vendem, não podem ficar sem tomar uma posição séria contra esses servidores, pois não podem levar suas inconseqüências ao extremo e ficarem impunes. Chega, basta!

Assim, vamos identificá-los, depois disso, processá-los, processar também a União Federal por danos morais, uma vez que lhes deu poder para de forma temerária agirem de modo irresponsável causando tanto mal as famílias de bem de nosso querido Amazonas.

Com este pequeno manifesto, esperamos que as pessoas de bem, que foram atingidas por suposições descabidas e conjecturas desses maus policiais, se juntem a nós, para iniciarmos um grande movimento e, na forma da Constituição, exigir o respeito que merecemos.

Quando for necessário nos deslocaremos a Capital Federal para uma audiência com o Ministro da Justiça, uma vez que não podemos ficar sujeitos a conjecturas e suposições descabidas desses servidores.
Manaus, 20 de agosto de 2009.

Assinado Dr. ELCI SIMÕES DE OLIVEIRA
Juiz de Direito
Juiz Membro do TRE/AM
Diretor da Escola Judiciária Eleitoral do Amazonas