Cigás: Duplo prejuízo

As obras da CIGÁS tem prejudicado muito o transito na cidade, principalmente pela demora. O que era para ter sido feito em 2009 ainda não ficou pronto e sabe-se lá quando ficará. Isso causa um duplo prejuízo: o primeiro a todos que andam em Manaus e o segundo nas contas de luz do resto do Brasil que subsidiam as contas dos sistemas isolados que é o nosso caso.

A matéria abaixo publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO é esclarecedora:

Atraso em obra encarece conta de luz do brasileiro em R$1 bi

Energia elétrica poderia custar menos se as termoelétricas que abastecem o Norte do País já estivessem operando com gás natural

Renée Pereira, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – O consumidor brasileiro poderia economizar R$ 1 bilhão na conta de luz se as termoelétricas que abastecem o Norte do País já estivessem operando com o gás natural do Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, inaugurado em novembro de 2009. Além do atraso no cronograma de conversão de algumas usinas (de óleo diesel para gás), a rede de distribuição do combustível não está pronta.

A Região Norte pertence ao sistema isolado e não tem intercâmbio de energia com o resto do País. Apesar disso, qualquer mudança na política energética da região afeta o Brasil inteiro. Hoje, todos os consumidores pagam um valor a mais em sua conta de luz para subsidiar o sistema isolado. Na região, a energia que abastece residências, indústrias e comércio vem de térmicas movidas a óleo combustível ou diesel.

Sem a ajuda do resto do País, os cidadãos do Norte não conseguiriam arcar com o custo elevado da energia. Em 2009, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) paga pelos brasileiros somou R$ 2,4 bilhões. Neste ano, chegará a R$ 4,7 bilhões, por causa de uma mudança feita na legislação, que inclui, além do combustível, a manutenção da usina.

O Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, construído pela Petrobrás, pode ser a grande alternativa da região para se livrar dos combustíveis caros e poluentes e, ao mesmo tempo, diminuir o peso do subsídio na conta de energia elétrica. Mas, por enquanto, o empreendimento, de R$ 4,5 bilhões, está à espera de seus principais consumidores: as termoelétricas de Manaus.

O assessor em energia da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Fernando Umbria, tem acompanhado de perto a questão das térmicas do Norte. Segundo ele, as usinas com o cronograma atrasado pertencem à Amazonas Energia, do Grupo Eletrobrás. São três unidades, com capacidade para mais de 500 MW: Aparecida Bloco I, Aparecida Bloco II e Mauá Bloco III.

O cronograma previa entrada em operação entre fevereiro e este mês, conforme Plano de Operação 2010 da Eletrobrás. A Amazonas Energia afirma que os serviços de adequação para operação dessas usinas com gás natural estão contratados e em andamento. A conclusão deve ocorrer no último trimestre deste ano. Apesar disso, ela nega que o cronograma esteja atrasado.

Segundo cálculos de Umbria, é a conversão das térmicas da Eletrobrás que vão representar maior economia. Isso porque essas unidades usam um tipo de óleo mais nobre, que custa mais caro. Se entrassem em operação agora, a economia para o consumidor seria de R$ 300 milhões.

As demais usinas que atendem Manaus pertencem a produtores independentes, algumas com participação da Petrobrás. Nesse caso, o cronograma está em dia, mas a rede de distribuição de gás não está concluída porque problemas afetaram as obras.

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