As vaias, a renúncia e o golpe

Na última Sexta-feira, durante a passagem do presidente Lula em nossa cidade, Amazonino Mendes foi saudado com um coro de vaias pela população. Constrangido, disse que faria uma pesquisa e que, se a população o reprovasse, ele renunciaria o mandato e iria para casa.

As vaias foram a forma que a população encontrou para demonstrar sua insatisfação com a administração desastrosa e atolada em denúncias de corrupção que Amazonino promove. Foi a forma que aqueles indivíduos, em sua grande maioria eleitores dele, encontrou para protestar contra um prefeito que vendia solução mágica para os problemas estruturais de Manaus, mesmo sabendo da complexidade deles.

Encurralado pela opinião pública e pela justiça, tendo em vista que a Procuradoria Eleitoral, no Tribunal Superior Eleitoral, entendeu que ele cometeu crimes eleitorais nas eleições passadas e que deve ser punido com a cassação do mandato. Isso mesmo: Amazonino deverá ser cassado nos próximos meses pelo TSE por compra de votos. Agora, ele usa as vaias como justificativa para a renúncia que provavelmente deverá acontecer nos próximos meses.

Com a cassação, Manaus terá a oportunidade de escolher um novo prefeito no próximo ano para completar o mandato que Amazonino (des)cumpre. Aí vem ele, com o cinismo que lhe é peculiar, falar em renúncia. Mas, você sabe por quê? Pelo simples fato de que com a renúncia, pela lei, Amazonino tira de você o direito de escolher o novo prefeito e leva a decisão para um grupo seleto de vereadores escolherem o novo Prefeito de forma indireta, ou seja, apenas os vereadores votam, os mesmos da taxa do lixo, da Zona Azul e da redução da meia passagem.

Isso é no mínimo desonestidade do prefeito e de sua turma. Mas como honestidade nunca foi palavra levada ao pé da letra por Amazonino e sua gente, vamos aguardar a justiça falar.

Até quinta!!

Marcelo Serafim é Farmacêutico e Deputado Federal