Por Marcelo Ramos:
O Amazonas segue lutando pela prorrogação da Zona Franca de Manaus. Entrando no último decênio de validade da lei que garante os incentivos, vivemos um momento de grande instabilidade do modelo.
A conjunção de fatores como a desaceleração econômica que atinge o nosso país, a ausência de garantias para novos investimentos por conta da não prorrogação e os elevados custos logísticos por conta da precariedade da infraestrutura, apontam um sinal de alerta.
A saúde da economia do país, que hoje conjuga crescimento ínfimo com inflação alta, depende de uma guinada da política econômica. A prorrogação da ZFM tem a promessa da presidente. Já os investimentos em infraestrutura, devem ser objeto da reflexão do povo do Amazonas e dos setores produtivos.
O modelo ZFM nos fez um dos Estados mais ricos da federação, com orçamento que esse ano deve ultrapassar 15 bilhões. Era de se esperar que toda essa riqueza gerada fosse investida em pesquisa e infraestrutura nos preparando para sermos competitivos, mesmo num mundo globalizado e diante da redução dos inventivos fiscais. Não foi assim.
Passados 47 anos da criação da ZFM, nossos governantes perderam a oportunidade histórica de fazer do Amazonas um Estado competitivo e chegamos em 2014 com um verdadeiro caos logístico que nos mantém absolutamente reféns dos incentivos fiscais.
Certamente, há um esgotamento da política que domina o Amazonas desde a redemocratização em 1982. Os que nos governaram não foram capazes acertar nos investimentos, porque preferiram as obras eleitoreiras e demagógicas, como Ponte do Bilhão e Arena, só pra ficar nesses exemplos.
Chegou a hora de uma classe política comprometida com a construção de um porto público eficiente na capital e de novos portos privados, com o balizamento, sinalização e garantia de navegabilidade das nossas hidrovias, com o oferecimento de energia estável, limpa e barata, com a garantia de serviços de telecomunicações de qualidade.
Em 2014 haverá o enfrentamento democrático entre manter o Amazonas no atraso ou prepará-lo para um futuro de redenção.
