O voto secreto existe nos Parlamentos como forma de preservar os parlamentares de pressões externas, sejam elas da opinião pública, de outros poderes, Executivo e Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública ou até mesmo de órgãos auxiliares do próprio Legislativo como os Tribunais de Contas.
Como exemplo de casos em que o voto é secreto cito: a)- apreciação de vetos do Executivo; b) – indicação de Conselheiro do Tribunal de Contas; c) – a destituição do Procurador Geral de Justiça; d) – a cassação de mandatos de outro parlamentar; d) – eleição de governador tampão.
Com o passar do tempo esse mecanismo que era para preservar os parlamentares de todas as pressões só funciona para protegê-los da pressão da opinião pública, pois, por meios e modos, o Executivo influencia e controla os votos nos parlamentos dentro do chamado “Presidencialismo de Coalizão”, invenção brasileira vigente em nosso país.
Por conta disso, cresceu na opinião pública a tese de que se era para ficar imune apenas à pressão popular, que o voto fosse aberto. O Executivo aproveitou e apoiou a proposta com dois objetivos: ficar a favor da opinião pública e, também, tornar o Legislativo mais vulnerável às suas pressões.
Portanto, a proposta do fim do voto secreto será aprovada, com certeza.