Ser feliz de verdade.

Por Marcelo Ramos (*) :

Não criei um personagem para entrar na vida pública. Sou eu mesmo todos os dias, com virtudes e defeitos como qualquer ser humano.
Na minha vida pessoal já cometi muitos erros e é sobre isso que quero falar um pouco. Sobre o Marcelo Ramos fora da política sobre o Marcelo Ramos esposo, pai, filho, homem.
Todos que me conhecem sabem que sempre fui meio boêmio, gostava de uma cerveja com os amigos e da noite e mesmo o casamento mudou pouco a minha rotina nesse aspecto.

Justificava a vida que levara, com o discurso de que cumpria o meu dever com homem público. Nunca faltei ou me atrasei, sempre fui um parlamentar produtivo e comprometido com o mandato e que, portanto, não interessava as pessoas o que eu fazia na minha hora de diversão.

Eu estava errado. Para ser um bom homem público, eu preciso ter a tranquilidade de ser bom pai, bom marido, bom filho. Eu preciso ser exemplo para que as pessoas tenham uma vida mais sadia e comprometida com valores cristãos.

Fatos que aconteceram no ano passado, o amor da minha esposa, da minha mãe, do meu filho, e os conselhos de um amigo-irmão (Tenório Telles) mudaram a minha vida. Parei de beber e decidi dedicar-me mais a minha família, a minha religiosidade e a cuidar da minha saúde.

Ganhei paz na minha vida familiar, ganhei qualidade de vida, passei a produzir muito mais no trabalho, a escrever muito mais e a descobrir o que é a felicidade de verdade.

Antes a felicidade só dormia comigo, mas tão logo amanhecia, ela se transformava em frustração, arrependimento, indisposição para a leitura e para a atividade física, mal-estar com a minha esposa, má qualidade do tempo com meu filho.

Como podia chamar de felicidade algo tão momentâneo, tão sem significado e que logo se transformava em coisas tão ruins? Aquilo não era felicidade!

Hoje a felicidade dorme e acorda comigo. Nós braços da minha esposa, no bom dia do meu filho, nos treinos matinais ou nas corridas, nos livros que li, nos textos que escrevi, na missa aos domingos, no jantar em família, no orgulho das pessoas que verdadeiramente gostam de mim.

Você que é homem, que troca sua família pela bebida ou pela farra, olhe pra sua esposa, olhe para os seus filhos. A felicidade que você procura na rua, tem de sobra dentro da sua casa.

Sempre encontrei sentido na minha vida na política, na militância, na luta pelos meus ideais. Hoje percebi que pra vida ser plena e pra que os ideais da política tenha realmente sentido é preciso cuidar da família, da religiosidade, do corpo e da alma. E tudo passou a fazer muito mais sentido.
A vida cobrará de todos nós o que fizemos e que sentido demos a ela. A verdadeira felicidade!

 (*) É deputado estadual e vice-presidente do PSB-AM.