O amazonense é um povo bom: alegre, festeiro, hospitaleiro, recebe todos de braços abertos. Tudo isso é verdade, mas ninguém pode achar que somos lesos por conta dessas qualidades. Até temos uns momentos de “leseira”, de vez em quando, mas não somos lesos.
A Presidente Dilma em 2010 fez três promessas:
1 – Resolver o problema cronico de energia do Estado;
2 – Reabrir a BR-319;
3- Prorrogar a Zona Franca de Manaus;
Veja abaixo:
Não honrou nenhuma delas.
O seu governo está terminando, no PT cresce a campanha do “VOLTA LULA” porque nem eles aguentam mais o mau humor dela, o PMDB já está vendo como pula fora do barco, e ela anunciou na segunda feira a sua vinda à Manaus para inaugurar a ARENA AMAZONIA.
Depois, quando informada da morte de mais um operário, mudou a agenda para:
1)- inaugurar um conjunto “VIVER MELHOR”, o segundo, nas mesmas condições do primeiro: sem escola, sem saúde,sem feira, sem padaria, sem transporte;
2) – anuncio de mais promessas: repasses e empréstimos que ainda serão formalizados em valor de 400 milhões;
3) – visita à ARENA, após acordo com o Sindicato da Construção Civil para não haver manifestação (o Sassá, presidente do Sindicato da Construção Civil, precisa esclarecer qual foi o acordo);
4) – inauguração do barco SAMAÚMA II do SESI/SENAI.
Logo cedo, no Hotel Tropical, deu uma entrevista a três emissoras de rádio. Cada repórter só pode fazer uma pergunta que – aqui não tem leso, é bom repetir – foram feitas como se diz no dominó, de Clovis para Raimundo. Tudo dentro do script.
A entrevista começou com a BR-319. Disse ela que está fazendo um “esforço de ligar o Amazonas ao resto do Brasil”, mas o problema é o licenciamento ambiental, como que querendo atribuir a culpa à Marina, que não é mais Ministra do Meio Ambiente há sete anos.
Prosseguiu dizendo: “Temos que licenciar de forma que quando houver o início de qualquer obra ela não possa ser interrompida. Temos que licenciar dentro do mais rigoroso princípio de respeito às questões ambientais”.
Ou seja, saiu pela tangente, pois afinal de contas o IBAMA, que licencia a obra, é subordinado a ela.
E conclui dizendo: “Eu não te daria um prazo, eu te daria um compromisso de que esses dois princípios serem conduzidos juntos: a necessidade do povo do Amazonas (de ter a rodovia asfaltada) e a necessidade de respeito ao meio ambiente”.
Mais “enrolation”.
Sobre a promessa não cumprida da prorrogação da Zona Franca de Manaus, disse:
“Esse é um compromisso meu, do meu governo. Na vida não podemos ter medo de lutar. Nós vamos lutar para aprovar essa proposta de emenda constitucional (no Congresso Nacional). Nós vamos fazer isso como um empenho do meu governo, ainda este ano”.
Peraí, como nós dizemos, ela é presidente, tem uma base de mais de 400 deputados, só precisa de 308 para aprovar, não aprovou e culpa é da União Europeia? Perguntar não ofende.
Presidente Dilma, nós não somos lesos.
Ainda atirando para o inimigo externo:
“Vou fazer uma visita à União Europeia, possivelmente no dia 24 de fevereiro, e um dos temas da minha pauta é essa questão da Zona Franca de Manaus. Será uma reunião bilateral do governo brasileiro com o governo da União Europeia.”
Ora, já publiquei aqui no “Blog do Sarafa” os questionamentos da União Europeia que se referem à Zona Franca de Manaus, apenas e implicitamente, em duas linhas, quais sejam:
“Ao abrigo de outros programas similares, são concedidos benefícios fiscais a bens produzidos em determinadas regiões do Brasil, independentemente do setor.”
Ela pega esse gancho, fabrica um inimigo externo, e diz que vai nos defender.
Convenhamos, é uma brincante.
Por último, esperávamos que ela falasse sobre o crônico problema da energia elétrica. Sobre o assunto que inferniza a vida de cada um de nós, nada disse. Desviou o assunto e numa pergunta de Clovis para Raimundo ela vem falar sobre o programa “Mais Médicos”. E tome lero-lero.
Não permitiu outros acessos da imprensa, o que demonstra medo de questionamentos.
Quanto ao anuncio de recursos, ainda não conveniados, que fez de 400 milhões entre Prefeitura de Manaus e Governo do Amazonas e o Governo Federal convenhamos que se trata de uma forma de tentar acalmar o Prefeito Arthur Neto que, com muita razão, reclamou do boicote explicito que vem sendo vítima a sua administração por parte do Governo Federal sob inspiração de conhecida figura da política amazonense que sempre covarde usa de subterfúgios para atingir aqueles de quem não gosta, sabe-se lá por que, e termina atingindo a cidade de Manaus que tudo lhe deu.
Bom registrar que de 2012 para 2013 os recursos para Manaus diminuíram em 540 milhões de reais. Para o Estado do Amazonas e todos os municípios HUM BILHÃO DE REAIS. Portanto, 400 milhões, apenas, diminui o déficit para 600 milhões.
Em resumo, a visita foi só “enrolation”.
À Presidente Dilma devo dizer: somos tudo, menos lesos.
Desta vez, ainda enganou alguns, porém não mais à quase todos.
Entenderam?
Nós até podemos parecer, mas não somos lesos!