Parar. Parar não paro.

Remexendo os meus alfarrábios encontrei a poesia “PARAR, PARAR NÃO PARO”, de Sidonio Muralha, que mostra a saga de um português exilado na África e depois no Brasil. É um texto bem atual que compartilho com os leitores do Blog do Sarafa, abaixo:

Parar. Parar não paro.

Esquecer. Esquecer não esqueço.

Se carácter custa caro

pago o preço.

 

Pago embora seja raro.

Mas homem não tem avesso

e o peso da pedra eu comparo

à força do arremesso.

 

Um rio, só se for claro.

Correr, sim, mas sem tropeço.

Mas se tropeçar não paro

– não paro nem mereço.

 

E que ninguém me dê amparo

nem me pergunte se padeço.

Não sou nem serei avaro

– se carácter custa caro

pago o preço.