Do site do TJAM:
Comenda foi outorgada ao desembargador Ari Moutinho através da propositura de autoria do deputado estadual Vicente Lopes
Um discurso permeado de citações filosóficas, líricas e poéticas. Este pode ser o resumo das palavras de agradecimento proferidas pelo presidente eleito do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, que recebeu nesta quinta-feira, 21/06, a Medalha Ruy Araújo, a maior comenda da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM).
O desembargador iniciou seu discurso citando o pensador León Tolstoi – “Para se viver com honra, é preciso consumir-se, perturbar-se, lutar, errar, recomeçar do início, novamente recomeçar e lutar e perder e ganhar eternamente. A calma é uma covardia da alma”, disse Moutinho, observando logo no início que a “família é a ternura de muitas mãos, por isso neste momento só posso me sentir no centro da felicidade”.
A medalha “Ruy Araújo” foi outorgada a Ari Moutinho através da propositura de autoria do deputado estadual Vicente Lopes, que foi aprovada em 2009 pelos membros do parlamento.
No discurso de homenagem, o autor da proposta disse que Moutinho “é um ser solidário, que dedica parte de sua vida ao ensino, na faculdade Ciesa, onde ajuda a formar novas mentes”.
O Plenário “Ruy Araújo” ficou lotado pelos amigos, alunos e familiares do homenageado. Estiveram presentes na cerimônia o atual presidente do TJAM, João Simões; o vice-presidente Domingos Chalub; o presidente do TRE/AM, desembargador Flávio Pascarelli; o corregedor-geral de Justiça, desembargador Yedo Simões; a vice-presidente e corregedora do TRE-AM, desembargadora Socorro Guedes; o ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa e o ex-senador, Arthur Virgílio Neto.
Autor da homenagem – Ao falar do perfil do homenageado, o deputado Vicente Lopes disse que em todos os momentos da vida é impressionante a mão que rege os destinos do universo. “Em determinado instante coloca em reserva um homem extraordinário, para no momento certo torná-lo a viga mestra de muitas aspirações”.
— Chegado o momento, o homem se apresenta, caminha. Ele próprio não sabe para onde, mas caminha com passos firmes para cumprir o alto destino que lhe foi reservado. Sempre de cabeça erguida, como diz a todos, a dedicação à carreira jurídica deveu-se ao desejo de fazer chegar a todos os princípios básicos da Justiça, onde não cabe qualquer desvio de conduta – afirmou o parlamentar. Vicente advertiu que o próprio CNJ confirmou “essa verdade, de todos conhecida”.
— É assim que se narra a história daquele que nos serviu e nos serve com proficuidade ao Amazonas. No momento em que é convidado a receber a maior honraria desta casa Legislativa, a Medalha Ruy Araújo, gostaríamos de ver seus alunos em gesto de solene respeito, a fim de receber a lição que se traduz, dando exemplo a seguir, em termos de convicção, pertinácia, honradez e nobreza de caráter. E assim também, tornar-se exemplo para as futuras gerações – disse Lopes.
38 anos de Judicatura – Ari Moutinho dedicou um trecho de seu discurso para homenagear o patrono da ALE, “Ruy Araújo”, a quem conheceu pessoalmente , garantindo que o parlamentar era uma “figura humana extraordinária”.
Em seguida, o desembargador disse que a “manifestação honrosa” era recebida por ele com “bastante serenidade e como um prêmio aos 38 anos de atividade judicante, todos dedicados ao bem comum”.
— O homem que recebe no dia de hoje a elevadíssima distinção, tem a firme compreensão que a vida do ser humano sempre é marcada por derrotas e por vitórias; por alegria e por tristeza, por justiça e por injustiça, mas principalmente, é marcada por sonhos e esperanças. Segundo ele, na alegria, conheceu manhãs radiosas, enquanto que na tristeza vivenciou noites intermináveis, “que ardem como chagas, acontecidas num inconsumível tempo de espera”.
—Ainda ressinto a angústia que maculou meu espírito, por injustiça sofrida de todos conhecida. Parecia que minha resistência se debilitava, mas , de uma hora para outra, adquiri força na fé inquebrantável de que meu destino profissional não poderia ser ceifado pelo furacão de enfadonhas catilinárias exacerbado pela espetaculização de notícia infundadas.
Moutinho também traduziu sua missão de julgar. Para ele, o magistrado é obrigado a garantir no âmbito da sua competência, a prestação jurisdicional com eficiência de forma a atender os anseios da sociedade, constituindo-se em um instrumento efetivo de justiça, de equidade e provação social.— É assim a espinhosa missão de juiz, de julgar, que é o exercício de consciência, inspirado no desígnios de Deus e alicerçados no fundamento da lei – afirmou o presidente eleito do TJAM. Também fez uso da palavra para homenagear seu sucessor, o atual presidente João Simões. Ele disse que, no momento em que Moutinho recebia a medalha, a mais importante comenda do Legislativo, todos da Magistratura se sentiam homenageados.
Simões disse que a agonia e a tristeza – citadas pelo colega em seu discurso – não o abalaram, ao contrário, foram alimentadoras para fortalecê-lo em outros desafios.
— Hoje percebemos que V. Ex.ª está muito mais fortalecido do que antes. E pronto para enfrentar a partir do dia 04 de julho, mais um desafio. E eu espero que possa entregar o Tribunal um pouco mais arrumado. Que V. Ex.ª não tenha que passar por muitas coisas pelas quais eu passei.
A cerimônia foi encerrada com o discurso do presidente da ALE, deputado Ricardo Nicolau, que enfatizou ainda mais o que já havia sido dito sobre o perfil profissional e sobre a história de vida do homenageado.
— Desembargador, a Assembleia se sente feliz e honrada em poder lhe conceder a maior comenda do Poder Legislativo. Pois sente na sua conduta e na sua história que fez algo certo, cumprindo com o seu papel em homenagear um cidadão que honra a sua terra e a sua profissão.
Um homem, pai, amigo, um cidadão que dedica e dedicou a sua vida para o cumprimento da lei. Trazendo os verdadeiros benefícios sociais para o estado em que V. Ex.ª muito bem atua.