Em reuniões que ocorreram semana passada entre representantes dos partidos políticos e veículos de comunicação, fomos informados que a atual presidente não estaria disposta a participar de debates com outros pré-candidatos. Avalia apenas ir ao evento proposto pela emissora de maior audiência no país. Com meses de antecedência, já se anuncia a não participação nos debates. É a velha política se manifestando de sua forma mais arcaica.
Sempre que o Brasil está às portas de um novo ciclo, surgem aqueles que querem interromper o debate. E é exatamente o que vem acontecendo agora. Enquanto toda a sociedade quer debater o futuro do Brasil para os próximos dez, vinte anos, existem aqueles que insistem naquele jogo polarizado de “nós contra eles” e se negam a participar de uma discussão efetiva sobre o futuro do Brasil.
Nenhuma pessoa pública tem o direito de fugir ao debate com a sociedade. Não é à toa que o País vive uma crise que é muito mais de confiança e não propriamente econômica. E crise não se resolve se escondendo ou dividindo o País, mas sim com uma unidade formada à luz do dia, a partir de boas ideias, e não em distribuição de pedaços do Estado para angariar aliados e em ignorar os desejos da sociedade.
Os brasileiros não aguentam mais práticas como essas, que só reforçam o muro que separa o velho arranjo mofado de Brasília e o País real. A população foi às ruas derrubar este muro, porque a mudança é inevitável. A decisão de uma mudança no rumo do País e na forma que ele é administrado já foi tomada pela sociedade. E quem não tiver a coragem de debater vai ficar falando sozinho, enquanto tenta se agarrar a nacos de poder.
Velha política é isso: pensar no poder, e não no Brasil.