Fortaleza tem as melhores calçadas do país; Manaus é a pior

Da FOLHA.COM:

Um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo portal Mobilize Brasil aponta onde os pedestres têm mais dificuldade para caminhar a pé. O levantamento avaliou 102 calçadas de 12 importantes cidades do país e montou um ranking com os melhores e os piores endereços, de acordo com critérios como acessibilidade e conforto.

O resultado apontou que Fortaleza teve a maior média entre as capitais avaliadas (7,6), enquanto Manaus ficou em último lugar, com 3,6 pontos. Em segundo, aparece Belo Horizonte (7,05) e, em terceiro, Curitiba (6,83).

Em seguida estão Porto Alegre (6,6), São Paulo (6,32), Goiânia (6,13), Brasília (5,98), Natal (5,08), Recife (4,95) e Salvador (4,61). O Rio de Janeiro aparece em penúltimo lugar, com uma média de 4,5 pontos.

Entre os critérios avaliados estão: irregularidade no piso, largura mínima de 1,20 m, existência de degraus ou de outros obstáculos que dificultam a circulação, presença de rampas acessíveis, iluminação adequada, sinalização e paisagismo.

Para cada um desses itens foram atribuídas notas de zero a dez.

AS ESCOLHIDAS

Para o levantamento, foram escolhidas ruas e áreas com alta circulação de pedestres, todas de urbanização antiga –com mais de 50 anos– e que já passaram por processos de reforma.

Apesar do estudo fazer um ranking das cidades avaliadas, nenhuma delas foi considerada exemplar no trato com suas calçadas.

Os problemas mais comuns encontrados foram buracos, imperfeições nos pisos, remendos, falta de rampas de acessibilidade, degraus e obstáculos que impedem a circulação de pedestres e cadeirantes.

O levantamento ainda apontou que podem existir grandes diferenças entre calçadas de bairros de uma mesma cidade. A campeã Fortaleza, por exemplo, apresentou ruas com notas acima de 9, enquanto o centro registrou uma média de 5,38.

Em São Paulo, a disparidade foi ainda maior. A avenida Paulista, avaliada com nota 9,25, não apresenta os problemas comuns na rua Darzan, em Santana (zona norte), que obteve 3,13, na avaliação. No centro, a região da rua 25 de Março apresentou uma média de 5,14.

O estudo levou em conta apenas critérios que podem ser observados por qualquer pessoa, deixando de lado indicativos como nível de ruído e poluição atmosférica –que só podem ser medidos com equipamentos específicos.

Comentário meu: O primeiro passo para se resolver um problema é ter consciência de que ele existe, identificar suas causas e possíveis soluções para no momento seguinte tomar uma decisão.

A questão das calçadas em Manaus é um problema primário, digamos assim, de mobilidade urbana. Elas deveriam estar livres para que todos pudessem caminhar, mas isso não ocorre por várias razões, tais como, dentre outras:

a)- calçadas irregulares com degraus, rampas e obstáculos;

b)- calçadas ocupadas por camelôs, lojas e carros;

c) – calçadas obstruídas por portões de garagens, escadas, placas de propaganda, etc.

Agora existe outra questão, até maior do que essas, que é a cultura de que quem faz isso tem direito a fazê-lo. E pior, todos os que fazem isso serão “vítimas” da “violência” do Poder Público, se este agir a fim de preservar o direito do uso público das calçadas. Todos são “coitadinhos”, vítimas da “violência” do Prefeito, seja quem for o Prefeito.

O ponto de partida da solução, portanto, é mudar essa cultura para em seguida avançar com apoio da sociedade para fazer o que tem de ser feito. Claro que de forma pactuada, conversada, mas deixando claro que na última instancia o Poder Público terá que agir com certo rigor.

Relembro aqui dois episódios que vivi a frente da Prefeitura.

O primeiro, do antigo Restaurante Tropeiro construído em cima de área verde do Conjunto Eldorado. Mesmo sendo uma ordem judicial pedida pela Prefeitura e deferida pelo Judiciário quando feita a remoção ninguém ficou ao lado da Prefeitura. Os programas de rádio e TV atacando a “violência” como se a Prefeitura estivesse errada.

O segundo, na Ephigenio Sales, ao lado do Viaduto Miguel Arraes, existia um escritório de uma despachante de veículos em cima da calçada. Ela foi indenizada pela construção em terreno público e, em seguida, a obra foi demolida. Apesar de ter sido indenizada, ainda hoje me ataca dizendo que eu tomei dela o “terreno” (a calçada) que um prefeito anterior havia dado a ela, como se isso fosse possível.

Espero que esta matéria que hoje está em todos os jornais do Brasil e é destaque  nos dois principais jornais de Manaus – A CRÍTICA  e o DIÁRIO DO AMAZONAS – ajude na direção de que todos nós temos responsabilidade na solução desse problema que depõe contra a nossa cidade.