ECONOMISTA DO ANO DE 2013

Por Jose Laredo:

Prezados colegas economistas:

1. Acredito que a comenda de economista do ano deva ser concedida ao economista que, independente de onde exerça sua atividade, tenha contribuído concretamente com a categoria, ajudado de forma espontânea a profissão a elevar sua participação e influência econômica na sociedade, e entre outras atividades, ter tido participação direta e consistente no fortalecimento do CORECON em firmar-se cada vez mais como um agente ativo no processo desenvolvimentista da economia local, em especial no PIM, com suas constantes demandas de formulações técnicas capazes de sustentar a tese de sua verdadeira conexão com a preservação da floresta amazônica, fora sua reconhecida importância na agregação de valores ao PIB local.

2. MINHA COLABORAÇÃO AO CORECON NESSES ÚLTIMOS TRÊS ANOS E MEIO:

Estudei, escrevi e publiquei artigos e ensaios técnicos sobre temas da economia global e seus desdobramentos para a economia brasileira e o PIM, com comentários, críticas e sugestões inéditas que muitas delas já foram adotadas e/ou encontram-se em andamento e gestação, entre outras:

a) A PERENIZAÇÃO DO PIM – debatida desde 1997 quando apresentei a tese na Fieam trazendo-a a debates nos anos seguintes, ajudando a influenciar a opinião até que em 2010 a candidata Dilma veio a Manaus e prometeu a extensão por mais 50 anos a partir de 2023.

b) A TESE DA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PIM – levantada em vários artigos e apresentada oficialmente nas Câmaras da Indústria e da Agricultura em 2012 e 2013, além de constar entre as 15 sugestões consolidadas extraídas do 1° Seminário promovido pelo Corecon em 23/5/13 “Repensando o Modelo de Desenvolvimento do PIM”, do qual fui coordenador, e hoje se vê que a Seplan apresentou no último Codam  de 04/07/13 a proposta de levar os benefícios fiscais do PIM aos municípios da RMM.

c) Em abril de 2011 apresentei na reunião do CODAM realizada na Fieam um trabalho inédito que pela primeira vez conseguiu-se dimensionar os pesos relativos de cada um dos tributos que compõem o pacote de incentivos fiscais do PIM, apontando a VTC Vantagem Tributária Comparativa média entre investimentos dentro e fora do PIM, para subsidiar os negociadores locais quando da reforma tributária que se avizinhava. O trabalho obteve reconhecimento por parte das autoridades, foi inserido no site oficial da Seplan e propiciou as bases para muitas conclusões e debates sobre a preservação das atuais vantagens do PIM,  até hoje em discussão com a decisão do Sr. Governador em fechar a questão e manter os 12% do ICMS interestadual para não abrir mão de sua redução para 10% como o último Confaz decidiu.

d) Coordenei as equipes de economistas do Corecon e da Controle Consultoria na realização do 1° Seminário acima descrito que reuniu em 23/5/13 na FIEAM    aproximadamente 130 pessoas entre empresários, economistas, administradores, engenheiros, contabilistas, estudantes, dirigentes de classe, onde  foram formados 13 grupos de trabalho, conseguindo-se consolidar 15 sugestões e ideias para melhorias da gestão do PIM, depois levadas pelo CORECON  aos gestores do PIM e  secretários de Estado da área. A seguir foi aberto à imprensa numa coletiva na sede do Corecon, capitalizando para o Órgão os resultados da iniciativa, dando-se assim ciência à sociedade da participação do Conselho e sua preocupação com os rumos da gestão do modelo.

A Suframa já usou em debates na Sudam as teses consolidadas pelo Seminário e a Seplan inseriu na agenda da Câmara da Indústria  para a reunião do dia 15/07/13 o debate dos 15 temas resumidos.

e) Estão em fase final para publicação prevista para agosto/13, dois livros de minha autoria intitulados: A ZONA DO PIM QUE NÃO É FRANCA e PIM – POLO INDUSTRIAL DE MANAUS PERFORMANCE E PROGNÓSTICO, que consolidam esses artigos, teses e trabalhos técnicos apresentados e debatidos no Codam, Fieam, Seplan, Sefaz e Corecon, abordando aspectos da economia e sua influência sobre o modelo de desenvolvimento do PIM, alinhavando a sequência histórica dos acontecimentos econômicos e suas respectivas decisões de época. Com a autoria de um economista local, é natural que haja a extensão da iniciativa à esfera do CORECON, diluindo-se para seus associados as sementes dos debates, servindo também de estímulos à exposição pública das ideias de todos os profissionais da categoria.

f) Em 2010 colaborei com o Corecon para a publicação em seu jornal impresso e depois eletrônico com 29 artigos, em 2011 – 26 artigos, em 2012 – 24 artigos e em 2013 até junho – 10 artigos, totalizando 89 trabalhos que se propõem a levar ideias e sugestões a toda a classe, ao mesmo tempo em que demonstra a constante presença de minha atuação e colaboração ao nosso Conselho.

g) Participei em 2013, a pedido do CORECON, da elaboração de suas sugestões na preparação do Plano de Desenvolvimento da Amazônia promovido pela Sudam, tendo sido todas elas plenamente aceitas pela diretoria local do Conselho.

Por todas essas contribuições sempre recebi os sinceros agradecimentos e estímulos por parte da diretoria do Conselho, reconhecendo que não tenho como medir o grau de influência de minhas ideias sobre as decisões tomadas até então pelos gestores do modelo. Mas posso afirmar que grande parte das ideias que fundamentaram tais decisões sempre fizeram parte do cardápio de minhas iniciativas levadas a debate e à apreciação pública através das entrevistas, exposições e artigos.

OUTRAS CONTRIBUIÇÕES JÁ DADAS AO CORECON:

Nos anos 70 fui presidente da Associação dos Economistas do Amazonas e depois transformei, em plena ditadura militar, essa Associação em Sindicato dos Economistas do Amazonas, da qual fui seu primeiro presidente.

Em 1974 fui o primeiro economista do Norte a ser eleito membro do COFECON com uma das suplências. Nesse ano o Órgão transferiu-se do Rio de Janeiro para Brasília.

Fui assessor de vários presidentes do Corecon: Edmar, Waldilson Cruz, Raimar Aguiar, José Matias Neto, etc.

Em 1987 criei a ASCON – Associação dos Consultores Econômicos do Amazonas, em sua maioria formada e apoiada por economistas locais, que tornou-se muito útil no apoio aos gestores do modelo quando das várias alterações das regras do PIM que ocorreram dessa data em diante, tendo como seus associados quase 100% de economistas formados por nossas escolas e associados ao CORECON.

Assim, colegas, sou partidário de que não se deve temer o reconhecimento, pois sabe-se que funciona como uma enorme alavanca de estímulo a novas criações e contribuições, e, acima de tudo, deve servir de modelo, de exemplo para as novas gerações de economistas que não devem hesitar em registrar suas ideias, publicá-las e participar nos debates, contribuindo de forma natural e espontânea.

Se hoje tenho essa perspectiva de obter pela segunda vez depois de 14 anos, esse honroso galardão, qualquer outro colega poderá também ver seu nome nessas circunstâncias, muitos deles até em melhores condições em relação a mim, desde que, façam por onde merecer ao engrandecer seu próprio Conselho.

(*) – Economista, CORECON nº 060.