Recebi a mensagem de um estudante dizendo que ele e alguns amigos estavam na cantina da faculdade conversando sobre política e que surgiu o meu nome com referências positivas a minha atividade parlamentar.
Respondi agradecendo e dizendo que no dia seguinte iria lá conversar com eles. A reação foi de surpresa com a resposta (as pessoas já não esperam que os políticos respondam ou se importem com os seus comentários) e mais ainda com a minha disposição de ir até eles.
Cumpri o acordado. Bate papo informal na cantina da faculdade. Relatei minha experiência e ouvi o que eles esperam da política e dos políticos.
Exercitei com alegria o que talvez falte aos homens públicos hoje em dia: a capacidade de ouvir com humildade a voz que vem de uma nova geração ávida por contribuir com os destinos da cidade, do estado e do país.
Percebi muito entusiasmo e esperança em uma juventude disposta a contribuir com a construção da nova política,com políticos mais próximos do cidadão e espaços menos formais de diálogo.
O desafio é grande. As entidades estudantis, as associações, os sindicatos e, principalmente, os partidos políticos e os Poderes já não são capazes, com as suas atuais estruturas, de criar espaços democráticos que estimulem a participação dos jovens. Temos instituições sociais, políticas e administrativas do século XX para uma sociedade do século XXI.
É preciso democratizar a democracia. Valorizar ambientes informais de diálogo, utilizar as novas tecnologias a serviço da transparência da atividade política e administrativa, criar mecanismos que obriguem os homens públicos a prestar contas das suas ações e estabelecer uma relação mais próxima entre representantes e representados.
Chega de políticos que só andam cercados de assessores, que só falam com o cidadão por meio de intermediários. Chega de políticos que você não vê no supermercado, no café da manhã de domingo. Chega de políticos que não olham nos seus olhos.
É o exercício dessa nova política que quebrará as amarras que o poder econômico exerce nas eleições. Viveremos um novo tempo.