“E mais, eu respeito a opinião contrária, ou a ação política contrária ao trabalho que eu possa estar desempenhando neste ou naquele cargo, porque eu lutei pela democracia…
… Eu admiro a crítica sensata, serena, responsável , construtiva. Mas, mesmo que a crítica venha destrutiva, eu a respeito.”
As passagens acima, por incrível que possa parecer, são trecho da entrevista do Secretário de Cultura Robério Braga ao Blog Cinema na Veia (http://cineenlavena.blogspot.com.br/2012/12/entrevista-com-roberio-braga-secretario.htm).
Nas palavras, um homem público comprometido com a democracia – pela qual diz que lutou, apesar de ter sido vereador pelo PFL, partido dos órfãos da Ditadura Militar – e com a pluralidade de idéias. Admirador das críticas construtivas, tolerante e respeitador até mesmo com as destrutivas.
Acontece que, semana passada, o secretário culto, tolerante e democrata deu lugar ao homem público autoritário e intolerante com a crítica, ainda mais aquelas decorrentes de um humor tão inteligente quanto ácido que desnuda o Rei.
As humoradas críticas do Fuleragem Manaus foram para os ouvidos do Secretário Robério Braga, como o grito da criança da fábula em que um bandido faz-se passar por um alfaiate famoso que, a preço de ouro, faria uma roupa bonita e cara para o rei, mas que só as pessoas inteligentes e astutas poderiam ver. A roupa era invisível, mas como todos, inclusive o Rei, queriam ser passar por inteligentes e astutos, insistiam em ressaltar o quão eram lindas aquelas vestes. Até que uma criança, na sua ingenuidade e inteligência, grita: o rei está nu!
Pois foi assim! Diante de uma falsa unanimidade acerca da política cultural do Estado, o Fuleragem Manaus ousou gritar: o rei está nu! Foi o suficiente para que o Secretário buscasse no Poder Judiciário para impedir a liberdade de expressão.
Robério, um conselho de alguém que tem respeito por você: deixa de fuleragem! Fuleragem Manaus é humor e democracia! O contrário, é tristeza e ditadura!