Essa foi uma semana de decepções para quem, como eu, acredito na política como o campo da ética, da justiça, da virtude e do espírito público.
A decisão do STF de aceitar os Embargos Infringentes no julgamento do Mensalão e a decisão da Comissão de Constituição e Justiça da ALE (contra o meu voto) de sequer investigar a denúncia de desvio de R$ 5 milhões nas obras do edifício garagem são duas faces da mesma moeda. A moeda de um país com instituições que punem impiedosamente pobres, por um lado, e que, por outro, sempre encontram uma forma de proteger corruptos e malfeitores da vida pública.
E não venham me dizer que o STF fez um julgamento estritamente técnico. Quem diz isso, está desafiado a apresentar um só pobre livre da cadeia pelos tais Embargos Infringentes.
Na ALE, mais grave ainda, fruto de uma manobra da maioria governista, a decisão é de nem investigar, como se não tivéssemos o dever de oferecer respostas à sociedade sobre as graves suspeitas de superfaturamento.
E assim, a última quarta foi um dia de decepções. De chorar só, envergonhado pela conduta dos meus pares. De dormir mal, por, ainda que tenha feito a minha parte, ao denunciar a manobra, votar contra e recorrer, não ter sido capaz de reverter essa desavergonhada decisão.
Mas veio a quinta. Quando acordei, fui dar um beijo na minha Marcelinha (5 meses) e ela me olhou com um olhar tão puro, tão cheio de esperança e de amor. Como se me mandasse seguir em frente, como se me pedisse pra não desistir. Como se pedisse pelo futuro dela e de outras crianças como ela. Como se fosse os olhos de Deus.
Também recebi muitas mensagens de apoio, entre elas, uma com essa passagem bíblica.
“O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do mau tesouro tira o mal. Porque, do que está cheio o coração, disso é que fala a boca”. Lucas 6, 45.
Que meu coração esteja sempre cheio de esperança e de justiça para que a minha boca e os meus atos sejam instrumentos da construção de um mundo melhor.
Seguirei a minha missão…