Cirurgião causa morte em pacientes e tem prisão solicitada

Do EMTEMPO.COM, por William Gaspar:
                                          Dóris gastou R$ 130 mil para reparar danos causados – foto: Arquivo Pessoal

A prisão preventiva do médico Carlos Jorge Cury Mansilla, acusado de causar lesões corporais graves em pelo menos 12 de suas pacientes em Manaus, foi solicitada à Justiça do Estado pelo delegado Mariolino Brito, do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). A medida deve-se ao grande número de denúncias feitas contra o suposto cirurgião plástico.

Falsidade

Segundo denúncias das pacientes, três pessoas teriam morrido após realizarem procedimentos com o médico. De acordo com o delegado, as denúncias indicam que Cury se passava por especialista em cirurgia plástica, o que foi negado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).

Em seu pedido de prisão, Mariolino diz que ‘as vítimas, seduzidas pela propaganda de cirurgia plástica de Cury, realizaram vários procedimentos cirúrgicos para fins estéticos, entretanto, os objetivos não foram alcançados, tendo havido insucesso nas cirurgias praticadas nas vítimas, fazendo com que elas passassem a conviver com cicatrizes e mutilações pelos seus corpos e algumas estão em depressão, tendo outras indo a óbito’.
Em seu texto, o delegado afirmou ainda que o médico agiu de forma negligente, imperita e imprudente, sem observar os efeitos danosos de suas ações desastrosas.
Hoje a clínica em que Cury atuava em Manaus está fechada, e de acordo com informações obtidas por Mariolino, Cury atua hoje em Guajará-Mirim, em Rondônia.
Denúncias começaram nas redes sociais
As denúncias contra Carlos Cury começaram depois que a corretora de imóveis Dóris Areal, 51, começou uma campanha de denúncia contra o médico no Facebook em maio do ano passado.
Em fevereiro de 2010, por indicação de um colunista social, ela fez uma lipoescultura e uma abdominoplastia com o suposto cirurgião, porém os resultados não foram nem de longe os esperados. A corretora afirmou ter gasto mais de R$ 130 mil para reparar os danos causados pelas cirurgias malfeitas. Ela pagou ao médico, na ocasião, R$ 22 mil.
De acordo com ela, houve dificuldades até mesmo para encontrar outros médicos para amenizarem as marcas deixadas por Cury em seu corpo. “Eu quase perdi meus seios e nenhum outro especialista quis mexer. A minha ginecologista foi quem me ajudou”, afirmou.
Dóris afirmou também ter descoberto que o médico não tem permissão para realizar nenhum tipo de cirurgia. A representação pela prisão preventiva, ao ser recebida pelo juiz competente, deve ser encaminhada pra análise do Ministério Público, que opinará pelo seu deferimento ou não. O médico Carlos Cury não foi encontrado pela equipe do EM TEMPO para comentar as acusações.