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Negociação do apoio do PSB ao pré-candidato do PT tropeça em barreiras regionais

RIO – A inclusão de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na negociação do apoio do PSB ao pré-candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, tropeça em duas barreiras regionais. O partido exige que o PT abra mão de ter candidato na cidade e apoie o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso. No entanto, convenção do Diretório Municipal promovida em fevereiro aprovou a candidatura própria e, há um mês, a ex-vereadora Dalva Lazaroni foi escolhida para a disputar a eleição de outubro. O acordo nacional PSB-PT ainda esbarra no PMDB. Cardoso, que integrou a equipe do governador Sérgio Cabral, está na mira dos peemedebistas. Eles querem sua desistência e o apoio do PSB ao candidato Washington Reis, ex-prefeito do município.
O PSB faz parte da base de sustentação governo Cabral desde o primeiro mandato. No Rio, PSB-PMDB são aliados históricos e o rompimento da aliança representaria a saída dos socialistas da administração estadual e a entrega de cargos.
Presidente do PT-RJ questiona interferência nacional no estado
Além de Duque de Caxias, o PSB quer o apoio do PT para os seus candidatos em Macapá (AP), Cuiabá (MT) e Mossoró (RN). A vinculação nacional do apoio do PSB em São Paulo provocou reações no PT de Duque de Caxias. Em nota, o presidente do Diretório Municipal, Manoel Ramos Black, informou que “foram cumpridas todas as exigências partidárias” para a escolha da candidatura própria e, por isso, a legenda precisa respeitar a decisão. Na quarta-feira, o presidente regional da legenda, Jorge Florêncio, afirmou que vai respeitar a convenção promovida no município da Baixada. O petista não vai trabalhar para estancar a rebelião no diretório e ainda questiona a interferência nacional nas eleições no estado.
– O PT é um partido que consulta e respeita as bases. Se queriam incluir Duque de Caxias na negociação nacional com o PSB, então deveriam ter comunicado a decisão no início do ano, antes da convenção e da definição do nome do candidato – reclamou.
De acordo com Florêncio, caso o PT estenda para o Rio a aliança nacional com o PSB, o partido terá de convencer Dalva a desistir da disputa. Se isso não acontecer, existe a possibilidade de uma intervenção no diretório de Duque de Caxias, medida extrema que é reprovada pela Executiva Regional.
– Enquanto em cidades com mais de 500 mil habitantes o PSB decide nacionalmente como será a estratégia eleitoral, o PT mantém a discussão nas bases. Isso precisa ser preservado – acrescentou Florêncio.
Duque de Caxias é município estratégico no estado
A candidatura própria em Duque de Caxias foi ratificada durante convenção promovida em 12 de fevereiro com a participação de 220 delegados. Do total, 114 votaram a favor e outros 104 defenderam apoio a candidatos já definidos pelos partidos PSB, PMDB, PP, PSD, PDT e PR. O nome de Dalva tem o apoio da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), uma das petistas que mais trabalhou pela indicação da ex-vereadora. O diretório tem negociado o apoio do PCdoB, PSOL e PHS a Dalva.
– Ainda não fui comunicada oficialmente de nenhuma decisão. Estou cuidando da campanha. O presidente Rui Falcão é um dos nomes mais respeitados do partido, a quem respeito muito e admiro, e ele sabe da importância eleitoral de Duque de Caxias para o PT fluminense – afirmou Dalva.
Duque de Caxias é um município estratégico no estado e está na lista dos maiores orçamentos (R$ 2 bilhões anuais). A cidade é o terceiro colégio eleitoral fluminense, ocupando a 8ª posição no ranking do PIB nacional.
Já em São Paulo, Fernando Haddad ainda não conta com nenhum apoio para sua candidatura. No final de março, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se reuniu com o ex-presidente Lula e com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para discutir a possibilidade de aliança.
Comentário meu: O PT é um partido do venha a nós, ao vosso reino nada. No bom amazonês é de se perguntar: e pra beber, não vai nada?